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A trajetória de Elon Musk rumo a uma fortuna de um trilhão de dólares deixou de ser apenas teórica. Após iniciar o ano com um patrimônio estimado em US$ 421 bilhões (R$ 2,33 trilhões), Musk tornou-se, em outubro, a primeira pessoa da história a atingir US$ 500 bilhões (R$ 2,77 trilhões).
Na segunda-feira seguinte, foi o primeiro a alcançar US$ 600 bilhões (R$ 3,32 trilhões), depois que a SpaceX lançou uma oferta privada que avaliou a fabricante de foguetes em US$ 800 bilhões (R$ 4,43 trilhões). Já na sexta-feira posterior, Musk ultrapassou a marca de US$ 700 bilhões (R$ 3,88 trilhões), após um tribunal de Delaware decidir que ele poderia manter um pacote de opções de ações da Tesla que havia sido anteriormente anulado. Com o fim de 2025 se aproximando, a fortuna de Musk chega a US$ 754 bilhões em 22 de dezembro (R$ 4,18 trilhões).
Ninguém teve um ano melhor do que Musk. Seu patrimônio líquido cresceu mais de US$ 333 bilhões em 2025 (R$ 1,84 trilhão), o equivalente a US$ 935 milhões por dia (R$ 5,18 bilhões). Esse foi o maior ganho entre todos os bilionários do planeta — e supera, inclusive, o patrimônio total de qualquer outra pessoa.
O segundo mais rico do mundo é Larry Page, cofundador do Google, com US$ 255 bilhões (R$ 1,41 trilhão). Ainda assim, Musk esteve longe de ser o único bilionário a enriquecer nos últimos 12 meses. No total, a classe global de mais de 3.100 bilionários ficou US$ 3,6 trilhões mais rica desde o início de janeiro (R$ 19,94 trilhões), somando agora um patrimônio conjunto de US$ 18,7 trilhões (R$ 103,6 trilhões).
A maioria viu suas fortunas aumentarem em um ano positivo para diversos mercados acionários. O índice S&P 500 acumulou alta de 17%, enquanto grandes índices de países como Alemanha (22%), Japão (26%) e Canadá (30%) tiveram desempenho ainda melhor.
Naturalmente, alguns bilionários foram mais favorecidos do que outros: os dez maiores ganhadores do ano adicionaram mais de US$ 729 bilhões (R$ 4,04 trilhões) às suas riquezas.
Os americanos respondem por seis desses dez maiores ganhadores e por mais de 85% do valor total acumulado pelo grupo, evidenciando o quanto a mais recente onda de criação de riqueza esteve concentrada em um país comandado por um presidente bilionário e um gabinete ultrarrico.
Todos os cinco maiores ganhadores do ano são bilionários do setor de tecnologia dos Estados Unidos, impulsionados pelo avanço dos investimentos em inteligência artificial e pela intensificação dos esforços do país para superar a China na corrida pela IA.
A seguir, os dez bilionários que mais ampliaram seu patrimônio em 2025:
Com dados até 22 de dezembro de 2025.
9. (empate) Carlos Slim Helú
Patrimônio líquido: US$ 101,6 bilhões (R$ 562,9 bilhões)
Ganho em 2025: US$ 24,3 bilhões (R$ 134,6 bilhões)
Setor: Telecomunicações
Nacionalidade: México
O homem mais rico do México e sua família controlam a América Móvil, a maior empresa de telecomunicações móveis da América Latina. O conglomerado adicionou mais de 3 milhões de clientes móveis neste ano, e a receita total cresceu 10,5% nos primeiros nove meses de 2025. O Grupo Carso, conglomerado de Slim nos setores de construção, energia e varejo, vem buscando novos negócios na área energética, como um acordo de US$ 2 bilhões (R$ 11,08 bilhões) com a Pemex para a perfuração de até 32 poços de petróleo e gás. Embora os mercados globais tenham recuado em reação às tarifas de Trump, muitos produtos mexicanos ficaram isentos, e o peso se valorizou quase 15% no ano.
9. (empate) Mark Zuckerberg
Patrimônio líquido: US$ 226,8 bilhões (R$ 1,26 trilhão)
Ganho em 2025: US$ 24,3 bilhões (R$ 134,6 bilhões)
Setor: Tecnologia
Nacionalidade: Estados Unidos
A Meta, controladora do Facebook, registrou um ano sólido ao manter investimentos pesados em inteligência artificial. A empresa reportou receita de US$ 141 bilhões (R$ 781,1 bilhões) nos primeiros nove meses de 2025, um crescimento de 21% em relação ao mesmo período do ano anterior. Zuckerberg, que fundou o Facebook em 2004 aos 19 anos, quando era estudante de Harvard, possui cerca de 13% da companhia e segue como CEO. As ações acumulam alta de 13% no ano.
8. Masayoshi Son
Patrimônio líquido: US$ 56,1 bilhões (R$ 310,8 bilhões)
Ganho em 2025: US$ 25,4 bilhões (R$ 140,7 bilhões)
Setor: Finanças e investimentos
Nacionalidade: Japão
A fortuna do fundador do SoftBank cresceu significativamente em 2025, à medida que o conglomerado japonês dobrou sua aposta em investimentos em infraestrutura de inteligência artificial.
Entre os destaques está a aquisição, em novembro, da empresa americana de chips Ampere Computing Holdings por US$ 6,5 bilhões (R$ 36,0 bilhões), considerada por Son central para a inovação em computação de IA. Para financiar essas ambições, o SoftBank vendeu US$ 5,8 bilhões (R$ 32,1 bilhões) em ações da Nvidia, liberando capital para projetos de grande escala, como o Projeto Stargate, avaliado em US$ 500 bilhões (R$ 2,77 trilhões), uma iniciativa de data centers nos Estados Unidos apoiada em parceria com OpenAI e Oracle.
7. Germán Larrea Mota Velasco e família
Patrimônio líquido: US$ 51,4 bilhões (R$ 284,8 bilhões)
Ganho em 2025: +US$ 25,6 bilhões (R$ 141,8 bilhões)
Setor: Metais e mineração
Nacionalidade: México
A forte demanda, problemas de oferta e temores relacionados a tarifas impulsionaram o preço do cobre neste ano, beneficiando Larrea, que comanda a maior mineradora de cobre do México, o Grupo México. Uma diversificação estratégica também ajudou: as ações da empresa subiram quase 100%, enquanto o lucro líquido avançou 50% no terceiro trimestre, impulsionado pelo aumento da produção e das vendas de molibdênio, zinco e prata.
6. Amancio Ortega
Patrimônio líquido: US$ 145,2 bilhões (R$ 804,4 bilhões)
Ganho em 2025: US$ 28,7 bilhões (R$ 159,0 bilhões)
Setor: Moda e varejo
Nacionalidade: Espanha
Apesar da retração no consumo de vestuário em diversos mercados, as vendas cresceram na Inditex, conglomerado fundado por Ortega e dono da Zara. A empresa registrou lucro líquido recorde de US$ 5,4 bilhões (R$ 29,9 bilhões) nos três primeiros trimestres de 2025, alta de 3,9% na comparação anual.
O resultado foi impulsionado pela economia espanhola em expansão e pela iniciativa da Inditex de abrir ou reformar 30 lojas nos Estados Unidos, incluindo uma loja-conceito da Zara de 3.065 m² na Las Vegas Strip e outra de 2.445 m² em Los Angeles. Ortega, que detém 60% da Inditex, recebeu mais de US$ 3 bilhões (R$ 16,6 bilhões) em dividendos antes de impostos neste ano, recursos que vem direcionando ao mercado imobiliário na Europa e na América do Norte.
5. Larry Ellison
Patrimônio líquido: US$ 250,3 bilhões (R$ 1,39 trilhão)
Ganho em 2025: US$ 40,6 bilhões (R$ 224,9 bilhões)
Setor: Tecnologia
Nacionalidade: Estados Unidos
O cofundador e diretor de tecnologia da Oracle ficou quase US$ 100 bilhões mais rico (R$ 554 bilhões) em um único dia, em 10 de setembro, após as ações da empresa dispararem 36% em meio ao entusiasmo com a inteligência artificial, registrando o maior ganho diário já visto.
Desde então, os papéis recuaram 40%, eliminando parte desses bilhões, mas Ellison ainda teve um ano excepcional. Ele também garantiu controle parcial sobre o TikTok e venceu a disputa pela aquisição da Paramount, ajudando a articular a fusão de US$ 8 bilhões (R$ 44,3 bilhões) entre o grupo de entretenimento e a Skydance Media, empresa de seu filho David.
“Acho que ele vai administrar a CBS muito bem e está fazendo um bom negócio ao comprá-la. Ele é excelente”, disse o presidente Trump sobre Ellison em um comício em julho, embora mais recentemente tenha passado a criticar os Ellison pela cobertura do programa 60 Minutes.
4. Jensen Huang
Patrimônio líquido: US$ 159,5 bilhões (R$ 883,6 bilhões)
Ganho em 2025: US$ 42,3 bilhões (R$ 234,4 bilhões)
Setor: Tecnologia
Nacionalidade: Estados Unidos
Em outubro, a Nvidia — fabricante de chips gráficos que Huang cofundou em 1993 e dirige como CEO e presidente — tornou-se a primeira empresa de capital aberto da história a ultrapassar uma avaliação de US$ 5 trilhões (R$ 27,7 trilhões), impulsionada pela demanda explosiva por chips de IA.
Desde essa época, as ações recuaram 11%, mas ainda acumulam alta de 37% no ano. Huang, que tem o logotipo da Nvidia tatuado no bíceps e possui cerca de 3% da empresa, ficou quase US$ 36 bilhões mais rico (R$ 199,4 bilhões).
3. Sergey Brin
Patrimônio líquido: US$ 235,1 bilhões (R$ 1,30 trilhão)
Ganho em 2025: US$ 86,1 bilhões (R$ 477,9 bilhões)
Setor: Tecnologia
Nacionalidade: Estados Unidos
2. Larry Page
Patrimônio líquido: US$ 254,7 bilhões (R$ 1,41 trilhão)
Ganho em 2025: US$ 98,7 bilhões (R$ 547,1 bilhões)
Setor: Tecnologia
Nacionalidade: Estados Unidos
No mês passado, o Google alcançou, pela primeira vez, US$ 100 bilhões (R$ 554 bilhões) em receita trimestral e consolidou sua posição como líder em inteligência artificial com o lançamento de seu modelo mais recente, o Gemini 3, que superou concorrentes como a OpenAI — sem utilizar chips gráficos da Nvidia no treinamento.
No início de dezembro, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, anunciou que o departamento está utilizando o Gemini no desenvolvimento da plataforma interna de IA das Forças Armadas. Page e Brin fundaram o Google em 1998 e deixaram cargos executivos em 2019, mas permanecem no conselho e como acionistas controladores, detendo juntos mais de 6% da empresa. Com a valorização de 61% das ações em 2025, ambos figuram entre os maiores beneficiados do ano.
1. Elon Musk
Patrimônio líquido: US$ 754,4 bilhões (R$ 4,18 trilhões)
Ganho em 2025: US$ 333,2 bilhões (R$ 1,85 trilhão)
Setor: Tecnologia
Nacionalidade: Estados Unidos
A SpaceX, empresa de foguetes de Musk, quase dobrou sua avaliação para US$ 800 bilhões (R$ 4,43 trilhões) no início de dezembro. A companhia mira um IPO em 2026 que pode avaliá-la em cerca de US$ 1,5 trilhão (R$ 8,31 trilhões), segundo um investidor ouvido pela Forbes, o que poderia tornar Musk o primeiro trilionário do planeta.
Em novembro, os acionistas da Tesla aprovaram um pacote de remuneração que pode conceder a Musk até US$ 1 trilhão em ações (R$ 5,54 trilhões), antes de impostos e custos, caso metas de desempenho sejam atingidas.
As ações da montadora elétrica subiram 22% no último ano. Já a xAI Holdings, fusão entre a startup de inteligência artificial xAI e a rede social X, está em negociações para captar recursos a uma avaliação de US$ 230 bilhões (R$ 1,27 trilhão), quase o dobro do valor registrado em março, o que indica que o ano de 2026 pode ser ainda mais promissor para o homem mais rico do mundo.
