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Uma capital brasileira tem despertado atenção dentro e fora do país por um fator pouco comum entre grandes centros urbanos: a presença expressiva de áreas verdes integradas ao espaço urbano. Goiânia é frequentemente citada por registrar cerca de 94 metros quadrados de área verde por habitante, número divulgado pela administração municipal e reproduzido de forma recorrente em materiais institucionais e relatórios ambientais da cidade.
Esse índice coloca a capital goiana muito acima do patamar de 12 m² por pessoa, valor amplamente utilizado como referência comparativa em debates sobre planejamento urbano e qualidade ambiental. Embora não exista um parâmetro único e oficialmente normatizado por organismos internacionais que fixe esse número como obrigação, ele costuma funcionar como um piso simbólico para análises comparativas entre cidades.
O que o número sugere (e por que ele pode variar)
Mais do que um dado isolado, o índice divulgado pela prefeitura é associado a um modelo urbano construído ao longo de décadas. Goiânia desenvolveu uma rede extensa de parques, bosques e áreas de preservação distribuídas por diferentes regiões, evitando a concentração do verde em poucos pontos específicos do território.
Além dos grandes parques urbanos, a arborização de ruas, avenidas e canteiros centrais é apontada como um elemento relevante da paisagem, contribuindo para a mitigação do calor e para a qualidade ambiental. Especialistas lembram, porém, que esse tipo de cobertura vegetal nem sempre é plenamente captado em rankings baseados exclusivamente em imagens de satélite, o que ajuda a explicar diferenças entre levantamentos oficiais e estudos independentes.
Dados de mapeamento ambiental e análises técnicas indicam que, nas últimas décadas, a capital ampliou ou manteve sua cobertura vegetal mesmo com o avanço da malha urbana, em parte por meio da criação de parques lineares e áreas de preservação. Ainda assim, pesquisadores ressaltam que os resultados variam conforme a metodologia adotada, os critérios de contabilização e os limites territoriais considerados.
Comparações internacionais também exigem cautela: critérios distintos geram resultados distintos e nem sempre diretamente comparáveis. Apesar disso, há consenso de que Goiânia se destaca no cenário brasileiro por manter uma relação relativamente equilibrada entre crescimento urbano, planejamento e preservação ambiental, reacendendo o debate sobre como cidades podem combinar qualidade de vida, sustentabilidade e expansão urbana de forma integrada.
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