Uma nova investigação do Ministério Público do Maranhão coloca novamente o prefeito João Carlos Teixeira da Silva, de Buriticupu, no centro de suspeitas de improbidade administrativa. A apuração começou após uma manifestação anônima enviada à Ouvidoria-Geral do MP/MA, indicando o possível uso indevido de máquinas públicas em uma propriedade particular do gestor.
Segundo a denúncia, caminhões e máquinas pesadas contratadas pela Prefeitura teriam sido deslocados para realizar serviços em uma fazenda do prefeito, situada na zona rural de Bom Jesus das Selvas. Esse cenário levantou preocupação porque, se confirmado, pode configurar peculato, um dos crimes mais graves contra a administração pública.
Empresa contratada e aliado político entram na investigação
A representação destaca que o contrato oficial (nº 20250019/2025) está firmado com a empresa Agla’s Infraestrutura Eireli, cujo valor ultrapassa R$ 5,9 milhões. Apesar disso, os veículos utilizados na execução das obras seriam, supostamente, da empresa Lucena Infraestrutura Ltda, pertencente a Antônio Edinaldo de Luz Lucena, um aliado político do prefeito.
Inclusive, um caminhão identificado pela placa SND8I91 teria sido flagrado abastecendo na residência particular do prefeito, o que gerou ainda mais questionamentos.
MP exige documentos e respostas imediatas
O promotor de Justiça Felipe Augusto Rotondo determinou que o Município apresente, em até 10 dias, cópias da licitação, do contrato, dos pagamentos e informações sobre a eventual participação da Lucena Infraestrutura nas obras. Além disso, o promotor pediu o nome do servidor responsável pela fiscalização do contrato e esclarecimentos sobre as medidas internas adotadas pela gestão.
Todos os documentos serão enviados à Assessoria Técnica do MPMA (ASTEC), que analisará possíveis indícios de desvio de bens públicos, violação de princípios administrativos e crimes previstos na Lei nº 8.429/1992 e no artigo 312 do Código Penal.
Segunda investigação contra a gestão de João Carlos
Esta denúncia chega poucos dias após o prefeito ser alvo da Operação Acqua Alta, conduzida pelo Gaeco, que investiga o desvio de mais de R$ 7 milhões em contratos firmados com a empresa Veneza Construções e Locações Eireli. Conforme o Gaeco, parte dos valores teria sido desviada para familiares, servidores públicos e empresas ligadas ao prefeito, incluindo a Alpha Construções e Serviços Ltda.
A operação contou com apoio das Polícias Civil e Militar, bem como de promotores de várias regiões do estado. Documentos e equipamentos apreendidos seguem em análise pelo LAB-LD, o laboratório do Ministério Público especializado em rastreamento de lavagem de dinheiro.
Posicionamento do prefeito
Até o momento, João Carlos Teixeira da Silva não deu qualquer declaração sobre as novas investigações. A falta de posicionamento aumenta o clima de tensão política em Buriticupu, que se vê diante de mais uma denúncia grave envolvendo o chefe do Executivo municipal.
