Um incêndio de grandes proporções provocou pânico, destruição e mortes na Penitenciária de Marília, no interior de São Paulo, na tarde desta terça-feira, 25. O episódio, considerado um dos mais graves já registrados na unidade, deixou pelo menos sete mortos e diversos feridos por intoxicação, além de mobilizar um aparato emergencial que envolveu equipes do Baep, Força Tática, Corpo de Bombeiros e Samu.
De acordo com informações iniciais, o chamado foi registrado por volta das 17h20, quando o Samu solicitou apoio urgente ao Corpo de Bombeiros diante da intensidade do fogo e da necessidade de resgate imediato de detentos. Ao chegar ao local, as equipes se depararam com um cenário de fumaça densa, corredores tomados pelo calor extremo e detentos tentando fugir das chamas.
Até o momento, cerca de 13 pessoas foram identificadas como feridas, incluindo casos graves em razão da inalação de fumaça tóxica. Entre as vítimas, cinco mortes já haviam sido confirmadas inicialmente, número que posteriormente subiu para ao menos sete. As autoridades destacam, porém, que esse total ainda pode sofrer alterações conforme avançam as buscas e os atendimentos.
Os feridos foram rapidamente levados para hospitais da região, onde seguem recebendo cuidados médicos. Três viaturas do Samu permaneceram no presídio durante toda a operação para dar suporte às equipes de resgate, que enfrentaram dificuldades devido à estrutura fechada da unidade e à rápida propagação da fumaça.
A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) afirmou ao Metrópoles que não houve rebelião, descartando rumores que circulavam momentos após o início do incêndio. Já a Polícia Militar informou que o incidente começou após uma briga entre detentos, embora detalhes sobre como as chamas se iniciaram ainda estejam sob investigação.
O episódio evidencia mais uma vez o problema crônico da superlotação prisional no estado. Dados da própria SAP mostram que a Penitenciária de Marília opera muito acima de sua capacidade: projetada para abrigar 622 detentos, atualmente mantém mais de 1.080 presos — quase o dobro do limite estabelecido. O presídio, de regime fechado e com área construída de 13.800 m², enfrenta rotineiramente desafios estruturais e operacionais, que agora ganham ainda mais destaque após a tragédia.
Agora, autoridades trabalham para controlar completamente a situação, identificar todas as vítimas, entender a dinâmica exata do incêndio e apurar eventuais responsabilidades. O caso deve reacender discussões sobre as condições de encarceramento no país e sobre as falhas que continuam colocando em risco a vida de detentos e servidores.
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