A deputada Iracema Vale (PSB) saiu mais do que vitoriosa do julgamento virtual encerrado nesta terça-feira (25). Com placar de 10 a 0, o Supremo Tribunal Federal confirmou a legalidade do critério de idade que garantiu sua eleição à presidência da Assembleia Legislativa do Maranhão, sepultando de vez a ação movida por Othelino Neto (Solidariedade).
No Maranhão, a expressão é conhecida: quando alguém perde feio, leva a famosa “taca para 10 jumentos”. E foi exatamente essa a dimensão política da derrota de Othelino. O Solidariedade buscava anular a eleição de novembro de 2024, quando ambos empataram com 21 votos e Iracema venceu por ser a mais velha — regra prevista no regimento da Casa e respaldada pela Constituição.
A ação até ganhou algum suspense quando o ministro Luiz Fux pediu destaque para levar o caso ao plenário físico e Alexandre de Moraes sinalizou possível divergência parcial. Mas nada disso prosperou. Fux retirou o destaque e Moraes votou com a relatora, ministra Cármen Lúcia.
O ex-governador do Maranhão e atual ministro do STF, Flávio Dino — amigo próximo de Othelino — também votou. Não se declarou impedido e acompanhou integralmente o entendimento da Corte. O presidente do Supremo, Edson Fachin, fechou o placar unânime.
A decisão confirma posição já manifestada pela AGU e pela PGR, que consideraram o critério etário compatível com a Constituição — inclusive por existir regra semelhante para desempate em eleições presidenciais.
No plenário da Alema, Iracema comentou sem triunfalismo: “o placar de 10 a 0 não é uma vitória minha. Sempre se tratou de uma vitória da Assembleia Legislativa do Maranhão.”
O resultado, no entanto, fala por si. A disputa jurídica que se arrastava desde 2024 chega ao fim com uma vitória incontestável. E, no linguajar maranhense, não deixa dúvida: Othelino levou foi taca — e das grandes.
