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Mazinho rebate acusações, diz que Sena vive ‘ditadura’ e confirma pré-candidatura

by admin

O ex-prefeito de Sena Madureira, Mazinho Serafim, concedeu uma entrevista em formato ping-pong ao ContilNet e falou sobre vários temas, incluindo as acusações envolvendo cirurgias de hérnia realizadas durante sua gestão, o rompimento do convênio com a Santa Casa, sua visão sobre a administração do atual prefeito Gerlen Diniz e seus planos políticos para 2026 e 2028.

Mazinho rebate acusações sobre cirurgias, diz que Sena vive uma ‘ditadura’ e confirma pré-candidatura/Foto: Gabriel Bader/Orna Audiovisual

A Controladoria-Geral da União (CGU) apontou possível superfaturamento nas cirurgias, estimando que cada procedimento custaria cerca de R$ 900. Mazinho, no entanto, negou qualquer irregularidade e afirmou que o valor citado pelo órgão não corresponde ao custo real.

Segundo ele, uma cirurgia de hérnia na iniciativa privada envolve diversos itens que não estão contemplados no cálculo apresentado pela CGU, como anestesia, equipe médica, materiais, internação e uso de equipamentos. O ex-prefeito disse ainda que o convênio com a Santa Casa da Amazônia foi aprovado pela Câmara Municipal e totalmente fiscalizado.

Durante a entrevista, Mazinho também criticou o atual prefeito de Sena Madureira, Gerlen Diniz, alegando que o rompimento do convênio com a Santa Casa prejudicou a população e representou um retrocesso na saúde do município. Ele afirmou ainda que a atual administração age com práticas de “ditadura”, segundo suas palavras.

Gerlen Diniz, prefeito de Sena Madureira/Foto Reprodução

Mazinho confirmou sua pré-candidatura a deputado federal em 2026 e afirmou que seu grupo político se prepara para retornar à Prefeitura de Sena Madureira em 2028, com diversos nomes disponíveis para disputar a eleição.

Ao final, o ex-prefeito falou sobre seu sonho para o município e o que deseja para os moradores.

ContilNet: Mazinho, sobre essa questão da nota da CGU em relação às cirurgias. A CGU disse que o valor de referência da cirurgia no SUS é de R$ 900, mas você afirma que isso não corresponde ao custo real na iniciativa privada. Por que, na sua opinião, houve essa inconsistência?

Mazinho: “Bom, primeiro é o seguinte. Foi feito um convênio aprovado pela Câmara Municipal. Não foi assim uma iniciativa só do prefeito Mazinho na época. Foi também com a autorização da Câmara Municipal. Foi feito um convênio com a Santa Casa da Amazônia. A Santa Casa contrata quem ela quer. O convênio da prefeitura era com ela. E ela contrata quem ela quer. Se ela for fazer um trabalho oftalmológico, ela pode contratar outra clínica.”

“Quem tem que responder é ela. Ela tem que pagar, ela tem que dizer, prestar conta onde foi e tal. Mas o convênio é com ela. Então ela faz com quem ela quer. Convênio com ela, mas ela pode operar em outros hospitais até se ela quiser. É um convênio com ela.”

Mazinho é pré-candidato a deputado federal/Foto: Gabriel Bader/Orna Audiovisual

“E essa questão aí, porque o SUS, na verdade assim, não é só uma coisa. Quando você fala ali, é só uma coisa. Os 900 reais que estava para ali, é um objeto. E você para fazer uma cirurgia, você precisa de muitas coisas. Você precisa de uma agulha, você precisa de uma linha, você precisa de um anestesista. Você tem que ter um médico. Você vai ter que dormir vários dias dentro do leito. Então quando você junta tudo isso, dá muito mais do que 8 ou 9 mil reais em uma cirurgia, por exemplo, de hérnia. E lá o vereador estava me acusando de que eu tinha furtado o recurso porque uma cirurgia de 900 reais está custando 8 mil reais.”

“Então assim, eu queria fazer essa pergunta para ele. Se lá na CGU consegue fazer uma cirurgia de hérnia por 900 reais. É muito simples.”

“Se ele disser para mim que faz uma cirurgia por 900 reais, lá na CGU, eu vou pegar todo o meu salário que eu tiver e vou pagar para o povo cirurgia de 900 reais. Uma cirurgia de hérnia.”

ContilNet: O senhor disse que tem todos os documentos comprovando esses pagamentos, certo?

Mazinho: “Nada de irregularidade, até porque ele não fala de desvio de recurso, desvio de dinheiro, que pegou o dinheiro das emendas especiais e aplicou em outro objeto qualquer, fora da prefeitura. Enfim, foram todas específicas. Se é da saúde, foi para a saúde. Se foi para a saúde social, foi para a saúde social. Se foi para uma ponte, foi para uma ponte. E mais, todas elas foram fiscalizadas durante a minha gestão. A CGU teve três vezes na prefeitura. Todas fiscalizadas. Então, a oposição está no direito deles de falar mal, de querer colocar. Foram 6.600 cirurgias feitas para o povo de Sena Madureira. 6.600 cirurgias feitas. Mais de 20 mil pessoas atendidas nesse convênio com a Santa Casa. Então, se fosse para fazer, faria tudo outra vez, tudo de novo, porque o benefício é muito grande. A saúde da população não tem preço.”

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A Prefeitura tinha um convênio com a Santa Casa/Foto: Reprodução

“E também não teve nada de absurdo de uma cirurgia que era para custar 8 mil reais, custou 100 mil reais. Não, não existiu isso. Todas as cirurgias dentro dos seus preços normais.”

“Claro, que aí as pessoas não sabem explicar, como eu falei para você. O que ele estava falando ali de 9 mil reais é um item. Mas para fazer uma cirurgia você tem que usar linha, você tem que usar uma cama, você tem que usar uma agulha, você tem que ter anestesia, tem que ter um médico, tem que ter enfermeiro.”

ContilNet: Como está hoje a situação do convênio com a Prefeitura de Sena?

Mazinho: “O atual prefeito fez campanha jurando de pé junto que ia dar continuidade ao convênio. Porque, na verdade, foi uma coisa tão boa que aconteceu em Sena Madureira que o candidato que dissesse que ia acabar o convênio ia perder as eleições. E ele jurou de pé junto que o convênio ia continuar. No outro dia ele deu fim e acabou o convênio.”

“Hoje não tem mais o convênio da Santa Casa. Hoje não existe mais nada. As pessoas lá, se quiserem, vão para a Fundação Hospitalar. E com esse convênio as pessoas eram atendidas com muito mais urgência do que hoje. Muito mais urgente.”

Mazinho diz que Sena vive uma ‘ditadura’/Foto: Gabriel Bader/Orna Audiovisual

“Pessoas chegavam com pedra na vesícula hoje e amanhã estavam sendo operadas. Era um hospital particular, normal. E não ter esse convênio hoje significa um retrocesso muito grande. O prefeito não honrou com a palavra que ele prometeu.”

“Infelizmente, a população caiu na dele e agora está pagando um preço muito alto. Sena Madureira era quase que uma exclusividade do Estado de ter um hospital só para o povo de Sena Madureira.”

ContilNet: O senhor mantém sua intenção de disputar uma vaga na Câmara Federal?

Mazinho: “Eu vou ser candidato, eu já sou um pré-candidato a deputado federal, mas eu não faço política por fazer política. Eu faço política olhando para as pessoas que mais precisam. Mesmo hoje, eu estando fora de um mandato, eu continuo ajudando as pessoas, eu continuo ajudando a minha população.”

“Pode ter certeza: sou pré-candidato a deputado federal e vamos depois concorrer à Prefeitura de Sena Madureira de novo, com a minha população, que está tão arrependida.”

ContilNet: Para 2028, quem deve ser o candidato do grupo? Meire Serafim?

Mazinho: “Nós temos vários nomes bons lá. Nós temos a Meire, nós temos a vereadora Ivoneide, nós temos o Alípio, nós temos o próprio deputado Gilberto, tem o meu nome também. Para 2028 ainda está longe, mas temos nomes — e pode ter certeza que nós vamos estar juntos na disputa.”

Meire Serafim é uma das possíveis apostas de Mazinho para 2028/Foto: Reprodução

“Desta vez sem ego. Quem estiver na frente das pesquisas é quem vai ser o candidato. Quem vai dizer é a população. Desta vez será feita a vontade do povo.”

ContilNet: Qual a sua avaliação da gestão do prefeito Gerlen Diniz?

Mazinho: “É, eu sou suspeito. Mas já vai entrar um ano que esse cidadão está à frente da prefeitura e, todo dia, tem que falar o nome do ex-gestor. Quando eu assumi a prefeitura, eu não estava lá olhando, nem olhei para o que Toninha deixou de fazer, Nilson deixou de fazer, Mano deixou de fazer. Eu fui trabalhar. Eu olhei para a frente e fui trabalhar. E hoje esse gestor… E quando saí também, quando entrei, eu já assumi dívidas. E ele sabia que havia dívidas na prefeitura desde a época do senhor Aguinaldo Chaves. Essas dívidas vêm se arrastando. Não é de hoje, mas ele quer jogar hoje como se fossem minhas essas dívidas. Como se fossem dívidas minhas.”

“Eu não tenho dívida; quem tem dívida é o município. Não é verdade? Quem é o prefeito? É ele? Então, ele como prefeito está com a dívida. No dia em que ele entregar para mim ou para outro, para quem for, o outro vai ter que continuar pagando. Porque ele vai deixar uma dívida enorme também. E nem por isso ele vai ter que levar pedrada. Porque a dívida é do município. Então, assim, eu acho que Sena Madureira realmente teve um retrocesso muito grande. A questão dos ramais, vocês sabem muito bem: quando eu assumi a prefeitura, nós tínhamos ali dez máquinas. Dessas dez máquinas, uma era da prefeitura; nove eram do governo do Estado.”

Prefeitura de Sena Madureira/Foto: Reprodução

“E eu peguei, na época, uma arenga com o Gladson e ele levou as máquinas embora. E fez muita falta. Aí a gente começou, depois, a fazer investimento e comprar máquinas. Hoje tem mais de quarenta máquinas compradas. Não sei nem como está a situação dessas máquinas. Mas só a deputada Meire, de uma vez só, pagou dezoito máquinas pesadas novas. Então, assim, ele ficou muito bem calçado. As escolas municipais reformadas, os postos de saúde reformados, muita máquina comprada.”

“Enfim, tanta coisa boa foi feita na nossa cidade. E a gente vê, dentro de um ano, a nossa cidade sendo destruída sumariamente. Então, assim, é muito difícil. E as próprias pessoas que o ajudaram a ganhar, ele já brigou até com o vice. Brigou com o vice. Secretário ele troca igual troca de camisa. Pega um secretário, o cara não sabe nem que saiu, já pegou as contas. Não sabe nem o motivo. Enfim, eu acho que está sendo um desastre. Eu sou suspeito a dizer. Se você me perguntar a nota que eu vou dar para ele, eu vou dar zero. Você entendeu? Eu vou dar nota zero.”

“Porque é um desastre o que está acontecendo em Sena Madureira. E o pior é o seguinte: ele, na internet, fala bonito. Na internet, fala que é uma beleza. Enfim, mas isso é na cabeça dele. Eu falo, muitas vezes, eu converso bastante com alguns amigos evangélicos. E eles falam que aquilo ali é como se fosse Deus endurecendo o coração do faraó. Quanto mais falava, mais o faraó ficava com o coração duro. Então, deve ser mais ou menos isso. Porque não é possível uma pessoa pensar daquela forma. Não é possível pensar daquela forma.”

Mazinho disse que Sena Madureira merece o melhor/Foto: Gabriel Bader/Orna Audiovisual

ContilNet: E qual é o seu sonho para a população de Sena Madureira?

“Olha, a nossa população de Sena Madureira — você que é filho de lá — nós não queremos muito, não. A gente não quer muito, não. A gente quer uma cidade com mais segurança, uma cidade com mais emprego, uma cidade com mais oportunidade, mais digna, entendeu? A gente quer isso. A gente quer uma cidade onde a gente possa viver tranquilo, que a gente possa sair de casa com segurança, que você possa chegar na escola do seu filho e que o seu filho tenha uma merenda, sabe? Que o professor possa ser tratado bem. É isso que a gente quer, que o professor seja tratado bem. É isso. Então, assim, nós não queremos muita coisa. Até porque a gente sabe que o Acre é um estado pobre, né? Que a gente, Sena Madureira, não vai conseguir virar uma Miami do dia para a noite.”

“Mas que a gente possa tocar a nossa cidade como ela vinha sendo tocada. Tirando oito anos normais, né? Você viu que teve oito anos aí — tirando o ano da pandemia — foram oito anos de festa; foram sete anos de festa grandes. Quando se falava da Exposena, em Sena Madureira, era uma explosão de sucesso, né? E você vê o fracasso que está hoje. Eu fico com pena.”

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