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“Ilegal”: presidente da Colômbia reage a anúncio de Trump sobre espaço aéreo venezuelano

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O presidente colombiano, Gustavo Petro, reagiu, neste domingo (30), à declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o fechamento do espaço aéreo da Venezuela. “É completamente ilegal”, declarou em postagem na rede social X. A mensagem de Trump, nesse sábado (29), na rede Truth Social, foi dirigida a “companhias aéreas, pilotos, narcotraficantes e traficantes de pessoas”.

Petro diz que a Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) deve se pronunciar imediatamente. “Não há autorização do Conselho de Segurança da ONU para ação militar contra nosso vizinho. O Senado dos Estados Unidos não autorizou intervenção armada. A ordem internacional deve ser preservada, e a América Latina e o Caribe devem se manifestar sem medo”, escreveu.

O colombiano disse ainda que “a Venezuela precisa de mais democracia”, e que “a democracia é produto de suas forças internas e de seu povo”. Ele pontuou que nenhuma companhia aérea deveria aceitar ordens ilegais referentes ao espaço aéreo de qualquer país. “Exorto o presidente Trump a voltar a respeitar a ordem jurídica internacional, que é a sabedoria acumulada da civilização humana”, acrescentou.

Resposta venezuelana

O governo da Venezuela publicou um comunicado na tarde de sábado (29) respondendo às declarações de Donald Trump. Em documento divulgado no Telegram do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), a chancelaria venezuelana classificou a decisão do estadunidense como “uma agressão grave, ilegal e parte de uma política de intimidação que viola princípios fundamentais do Direito Internacional”.

“A Venezuela denuncia e condena a ameaça colonialista que pretende afetar a soberania de seu espaço aéreo, constituindo uma nova agressão extravagante, ilegal e injustificada contra o povo venezuelano”, diz o texto, ao repudiar “com absoluta contundência a mensagem pública difundida hoje nas redes sociais pelo presidente dos Estados Unidos”.

O comunicado destaca que Trump pretende “aplicar, extra-territorialmente, uma ilegítima jurisdição dos EUA sobre a Venezuela, ao insolitamente tentar dar ordens e ameaçar a soberania do espaço aéreo nacional, a integridade territorial, a segurança aeronáutica e a soberania plena do Estado venezuelano”.

Escalada do conflito

Em 21 de novembro, a Administração Federal de Aviação (FAA) havia pedido “cautela” no sobrevoo do território venezuelano devido ao agravamento da situação de segurança e ao aumento da atividade militar.

A escalada do conflito, que envolve declarações de Donald Trump e reações do governo de Nicolás Maduro, causa impacto direto nas rotas aéreas da região e aumenta o temor de ações militares iminentes.

Pelo lado venezuelano, na noite de quarta-feira (26), o Instituto Nacional de Aeronáutica Civil anunciou a revogação da licença de voo para seis companhias aéreas, incluindo a brasileira Gol. A justificativa aponta que as empresas “se somaram às ações de terrorismo de Estado promovidas pelo governo dos Estados Unidos, suspendendo unilateralmente suas operações comerciais de e para a República Bolivariana da Venezuela”.

Outra declaração recente de Trump afirma que ofensivas terrestres em território venezuelano devem começar “muito em breve”. A Casa Branca acusa Nicolás Maduro de liderar o suposto Cartel de los Soles, apontado como uma “organização narcoterrorista”.

“Detivemos quase 85% [das drogas] por mar e também começaremos a detê-los por terra. Por terra é mais fácil, mas isso começará muito em breve”, disse o mandatário estadunidense, que não apresentou nenhuma documentação que confirme o dado apresentado.

Mais cedo, no mesmo dia da declaração de Trump, Maduro disse que os venezuelanos estão dispostos a pegar em armas para defender o país. “Se for preciso pegar em armas, o faremos e teríamos um destino de triunfo e dignidade”, disse, durante a celebração do 105° Aniversário da Aviação Militar Bolivariana.

Com informações do site Opera Mundi.

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