Ao olhar o ano de 2025 pelo retrovisor, a atriz Camila Márdila, 37 anos de idade, tem motivos para comemorar: como atriz, lançou o filme Natureza das Coisas Invisíveis e a minissérie Ângela Diniz: Assassinada e Condenada, e fez sua estreia como diretora, à frente do curta-metragem Sandra. O ritmo de trabalhos com boa repercussão tem sido constante. No ano passado, a atriz lançou os filmes Ainda Estou Aqui e A Vilã das Nove, além de atuar na série Senna.
Para 2026, já tem confirmados o filme Os Corretores, com Fernanda Torres, e a série Véspera, com Bruna Marquezine. Os convites profissionais são resultado de uma trajetória trilhada com dedicação. “Sempre apostei nas parcerias. Construí meu caminho ao lado de pessoas que admiro e com quem tenho compatibilidade artística. Gosto de diversificar minhas experiências e ter autonomia.”
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Criada na periferia de Brasília e formada em Comunicação Social pela federal UNB (Universidade de Brasília), ela conquistou as primeiras oportunidades profissionais em 2009, mas conciliava o teatro com trabalhos nas áreas de atendimento, planejamento e produção publicitária em uma agência. Com o filme Que Horas Ela Volta? (2015), que estrelou com Regina Casé e Karine Teles, Camila viu sua carreira ganhar novos rumos. “Foi a minha porta de entrada para o audiovisual”, diz ela, que também conquistou oportunidades na TV, como série Justiça (Globo, 2016) e a novela Amor de Mãe (Globo, 2019).
Camila Márdila
Catarina Ribeiro
Embora venha acumulando diversos trabalhos e mostrando versatilidade a cada personagem — “tenho pavor do mais do mesmo, tenho extremo horror de me sentir repetitiva”, diz –, a atriz afirma que já levou diversos “nãos” ao longo da carreira. “Vários ‘nãos’ são traumáticos. Especialmente, aquelas negativas que não diziam respeito ao trabalho que eu estava entregando. Os ‘nãos’ mais difíceis são aqueles que dizem ‘seu trabalho é incrível, mas você não é o perfil'”.
Quem: Você está no elenco da minissérie Ângela Diniz: Assassinada e Condenada, baseada no podcast de true crime Praia dos Ossos, retratando o assassinato da socialite Ângela Diniz em 1976. A trama aborda um fato real, mas foi desenvolvida a partir do sucesso de um podcast. Como foi participar?
Camila Márdila: Achei muito pertinente que o podcast tenha virado uma série dramatizada. É uma história que traz uma reflexão ao nosso tempo, capaz de iluminar e materializar questões. Quando paramos para pensar no salto entre a década de 1970 e 2025, observamos o quão pouco a gente caminhou. Por mais que tenhamos avançado, ainda está muito longe do que seria ideal. Há um lado muito estrutural e enraizado na sociedade. Muitas vezes, os avanços são como maquiagem. Estruturalmente, os problemas seguem os meses. Mulheres seguem julgadas e vigiadas de forma semelhante.
Lulu, minha personagem, chegou de forma especial. Já tinha ouvido o podcast. Era muito fã da maneira respeitosa, renponsável e embasada como o podcast contava a história. Há um trabalho jornalístico que aprecio muito.
Sua personagem não representa uma única pessoa, certo?
A Lulu é um compilado de outras mulheres que estiveram perto da Ângela Diniz. Construí a Lulu pelo encantamento que ela tinha pela personalidade de uma mulher que funciona de acordo com sua libido, desejos e vontades. Representamos um grupo de amigos dos anos 70, que há um certo desbunde. A Lulu habita a alta sociedade e tem um certo privilégio sem se dar conta dele. São mulheres com a liberdade de ir e vir garantida, e nem se tocam que isso foi uma conquista do movimento feminista. O assassinato da amiga é o que a faz se transformar e olhar pelo prisma que não é mais o do completo privilégio da alta sociedade.
A relação de amizade feminina é um ponto de destaque na história.
Entre Lulu e Ângela, há tanto a relação de diversão, como também a de porto seguro. É a pessoa que está ao lado da amiga na festa, como também nas dificuldades. É a amiga que não julga quando percebe relações problemáticas e violentas, mas faz questão de estar por perto. Contamos uma bonita história de amizade feminina na série. Não reduzimos a Ângela ao processo de violência que ela sofreu.
Camila Márdila contracena com Marjorie Estiano na minissérie ‘Ângela Diniz: Assassinada e Condenada’ (HBO Max, 2025)
Divulgação
Neste fim de ano, você voltou aos cinemas com Natureza das Coisas Invisíveis, um trabalho reconhecido internacionalmente.
É um filme que me acompanhou durante o ano de 2025, desde que foi apresentado na Berlinale. Tivemos 13 prêmios em festivais e, só agora, em 27 de novembro, entramos em cartaz no Brasil. Sabemos que é complicado manter um filme nacional em cartaz nas salas, mas tenho a expectativa para que ele seja visto nos cinemas. É um filme para chorar — um chorar sorrindo — porque tem uma história contada a partir do olhar de duas crianças para a questão da morte, da finitude e do luto. Temos muito a aprender com a sabedoria do olhar infantil para assuntos que tratamos como tabus.
E como são suas escolhas profissionais? Você só faz projetos em que aposta ou também já precisou fazer projetos para a conta no fim do mês fechar?
É uma mistura. Minha mãe conta que eu tinha uma percepção dos lugares em que eu me encaixo desde nova, desde uns 12 anos. Isso se deu por intuição. Nem sempre cabemos em todos os lugares, não vamos agradar a todos pelo tipo de linguagem ou de projeto. Entendi que seria frustrante criar expectativas. Percebi que poderia ser dificultoso querer abraçar tudo. Acho que fui estratégica ao entender que conquistaria meu espaço se eu realmente tivesse algo a contribuir artisticamente. Sempre apostei nas parcerias. Construí meu caminho ao lado de pessoas que admiro e com quem tenho compatibilidade artística. Gosto de diversificar minhas experiências e ter autonomia. Como artista, é importante fazer seus próprios projetos para não ficar a mercê de terceiros. Pelo segundo ano consecutivo, participei de trabalhos de naturezas bem diferentes. Em 2024, também nesta época do ano, estreei os filmes Ainda Estou Aqui e A Vilã das Nove, além da série Senna. Pude mesclar um trabalho de cinema mais alternativo, com outro de mainstream. Busco ter um bom trânsito com os criadores. Vou estrear meu primeiro curta como diretora e roteirista.
“Nem sempre cabemos em todos os lugares, não vamos agradar a todos”
Quando surgiu a vontade de dirigir?
Era um desejo desde o meu início como atriz. Tinha uma alma de diretora. Ao longo dos anos, fui me munindo de ferramentas para fazer isso acontecer. Quando comecei a fazer teatro, eu gostava de estar em cena, mas também de estar fora delas. O meu modo de pensar e trabalhar vai para além de querer personagens para mim. Dirigir é uma realização tremenda e quero que isso se perpetue. Não são caminhos lineares. Não existe fórmula para ser artista no Brasil. Tudo leva tempo. Comecei a escrever o roteiro do meu curta em 2017, mas até conseguir produzir já era 2023. É exercício de paciência e fé. Precisamos estar conectados com os nossos princípios e sentidos. Do contrário, a gente se perde.
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Sandra, seu curta, estreou no Festival do Rio. Foi uma realização?
Vejo o campo do curta-metragem como um espaço para você se arriscar, experimentar a sua voz na direção. Tive um caminho de muitas descobertas. Ao longo do meu caminho, já fui dirigida por muitas mulheres incríveis. Elas me inspiraram bastante e fui encontrando meu lugar. Sandra flerta com o suspense e o humor. Todos os personagens — da protagonista aos coadjuvantes — têm seu momento de revelação. Dirigir é orquestrar potenciais. A escolha do elenco se deu de maneira intuitiva. Temos atores com pluralidades, profissionais de São Paulo, Recife, Salvador, Rio de Janeiro. Foi um filme feito sem patrocínio. Quem participa dele, realmente queria estar lá. Há o tesão envolvido. Não sou uma atriz que trabalha de forma isolada. A energia de todo mundo conta para a cena a ser entregue.
Você gosta de ter um controle para onde quer ir ou se permite adotar o espírito “deixo a vida me levar”?
Um pouco dos dois. Gosto de deixar a vida me levar, mas também vou plantando algumas sementes para não ficar na expectativa de que oportunidades aconteçam. As expectativas não podem me consumir. A ansiedade é torturante. É torturante viver com projeções muito grandes. Ao mesmo tempo, gosto de me imaginar lá na frente. Vivemos um período em que entramos em desespero com a questão de inteligência artificial e mecanização da arte e do pensamento. Quando você é atriz existe uma tendência de cumprir um certo “molde do sucesso”, aquele lance de estar sempre em evidência. É uma armadilha cumprir uma demanda externa em vez de cavar dentro de si aquilo que é a sua individualidade, o que me torna Camila Márdila. Nossas particularidades são fundamentais. Muitas vezes acham que o ator precisa ser um corpo neutro para poder contar qualquer história. Não acho que deva ser por aí. A gente tem temas a dizer que se encaixam com o que a gente estuda.
“Vivemos um período em que entramos em desespero com a inteligência artificial e mecanização da arte”
Quando você pensa nos próximos anos, como você gostaria de se projetar?
Meu sonho é atuar em diferentes oportunidades criativas e descobrindo novas paixões. O que me move é a paixão por contar histórias. Quero estar presente no teatro, no cinema, na TV. Gosto de desafios diferentes. Tenho horror à repetição. Tenho pavor do mais do mesmo. Tenho extremo horror de me sentir repetitiva — e isso é um desafio para uma atriz.
Como atriz, o mercado muitas vezes coloca os profissionais em caixinhas.
Muito! O mercado o que acontece na sociedade, com essa mania de classificar. É uma profissão que sofre com esses rótulos. Meu maior sonho é me sentir plena e apta na minha liberdade como criadora, estando dentro ou fora de cena. Desejo ver personagens mais velhas protagonizando histórias. Quero me sentir plena e livre.
Camila Márdila
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Sua trajetória na televisão tem dez anos, mas acredito que sua maior projeção veio pelo cinema, não? Foi, com certeza. O filme Que Horas ela Volta? foi a minha porta de entrada para o audiovisual. Profissionalmente, eu já trabalhava desde 2009, em Brasília. Trabalhava com os Irmãos Guimarães (coletivo de Fernando e Adriano Guimarães), dois diretores com uma projeção muito boa e começamos a trazer nossas peças para São Paulo. Foi nesta fase que passei a pensar em dar a minha cartada de “viver como atriz”. Até então, trabalhava em outros campos. Estudei Comunicação Social, trabalhei como publicitária. Trabalhei em agência, nas áreas de atendimento, planejamento e produção publicitária. Tive várias funções, mas ia para o meu teatro à noite.
Na fase publicitária, não chegou abandonar os palcos?
Não. Teria ficado doente, teria enlouquecido. Ainda criança, descobri que a minha forma de comunicar era pelo teatro. Era muito tímida, uma criança com dificuldade de falar e perguntar em sala de aula. A primeira vez que decorei um poema foi para recitar na missa do Dia das Mães da escola de freira em que estudava. Tive a sensação de “eu consigo”. Percebi que conseguia ficar ali na frente, em evidência e, inclusive, gostei desse lugar. Percebi que se eu tivesse um texto ou uma personagem me protegendo, gostava de estar em público. Ao longo da vida, fui levando isso como forma de existir, mas sem entender que poderia virar profissão. Não vivia em um ambiente que isso parecia possível. Ser atriz não é uma profissão muito democrática. Os acessos são complicados, a sustentabilidade é complicada, geograficamente é complicado. Eu morava na periferia de Brasília e não tinha muito para onde ir.
E na sua família, você foi a primeira a ter esse impulso para as artes?
A primeira absoluta. Ninguém sonhava com isso. Quando decidi ser atriz, fui um ET na minha família, com todos os julgamentos relacionados a isso. Minha família é gigantesca e majoritariamente evangélica. Há um conservadorismo. Dizer que você quer ser artista é quase como dizer que você quer do mundo.
E você trilhou um plano B?
Mesmo quando entrei para a faculdade na UNB (Universidade de Brasília), segui com o teatro paralelamente. Em 2009, fui deixando meus outros trabalhos para poder viver de teatro. O teatro me proporcionou o teste para o filme Que Horas ela Volta?. Quando me perguntam sobre dicas para jovens atores, eu falo: “nunca tente o caminho mais curto, provavelmente o resultado também será curto”. Se você ficar na dependência do que os outros pensam do seu trabalho, você pode se frustrar muito.
Como foi a entrada para a TV?
Definitivamente, não projetei ser atriz para ser famosa. Tive mestres e mestras muito importantes no teatro. Tive conselhos muito pé no chão, nunca deslumbrados com a profissão. Sempre estive próxima de pessoas que ralam muito para se sustentar. Nunca vi a profissão como algo fácil, nunca persegui a fama. A gente sempre quer reconhecimento, mas é o reconhecimento pelo trabalho. O assunto que eu tenho a dividir com o público é sobre o meu trabalho. Mais nova, enfrentei algumas rejeições em testes e, parte das vezes, isso estava relacionado à aparência. Isso foi me criando uma consciência de que eu precisava garantir uma base muito consistente porque não teria os outros atributos. Eu não estava bem localizada geograficamente, não sou de uma família com contatos, não sou herdeira, não era a criança que a propaganda quer.
E, hoje, como é o reconhecimento?
As pessoas não me reconhecem muito nas ruas, mas identificam alguma coisa. Isso é o maior elogio, é uma consagração do conceito de ser atriz. Gosto de ser uma atriz invisível.
“As pessoas não me reconhecem muito nas ruas. Gosto de ser uma atriz invisível”
Como assim?
As pessoas olham e veem uma personagem, não uma personalidade. Hoje em dia, vivemos um momento em que enxergam a celebridade antes da personagem. Quero que as pessoas acreditem nas histórias que conto. Acho importante descansar a imagem, não viver em evidência. É um contrassenso com o que o mercado diz de maneira geral, mas acho que isso contribui e posso fazer personagens distintas, justamente por não ter fincado uma imagem muito clara da pessoa física Camila Márdila. Minha personal trainer comentou outro dia que uma aluna disse: “Como pode essa menina que fez a Jéssica, de Que Horas ela Volta?, ser a mesma que fez a Viviane Senna?”. Quero continuar nesse caminho. É o que faz sentido para mim. Não saberia deixar de lado a vocação. Não sou vaidosa dentro das minhas personagens, mas sou vaidosa com meu trabalho. Não estou preocupada com o que vou aparentar, meu foco é no que vou entregar.
Camila Márdila no filme ‘Que horas ela volta?’ (2015), com Regina Casé, e como Viviane Senna na série ‘Senna’ (Netflix, 2024)
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A sua vaidade existe em algum aspecto?
Eu gosto de participar de lançamentos, esses dias que a gente se monta. Sempre gostei muito de moda. Acho que a moda é uma expressão pessoal. Desde criança, sempre quis andar diferente, com a minha personalidade.
E a questão de expor a vida pessoal? Já se observou em alguma situação incômoda?
Ainda não vivi uma situação incômoda. Mantenho minha vida pessoal muito preservada, o que não quer dizer que eu seja uma pessoa fechada, nem muito séria, muito reservada. Eu gosto do presencial. Se você sentar comigo no banquinho da praça, sou daquelas que contam tudo da vida, peço conselho, viro psicóloga das amigas. Adoram me contar histórias. Gosto de viver a vida ao vivo. Sinto um prazer imenso em encontrar pessoas, gargalhar, falar besteiras… Vivemos uma fase em que falas são descontextualizadas e que as pessoas querem tirar conclusões sobre você. Ninguém é só uma coisa. É difícil lidar com esses ‘statments’ externos, cobranças, classificações.
“Gosto de viver a vida ao vivo. Sinto um prazer imenso em encontrar pessoas, gargalhar, falar besteiras… ”
Camila Márdila
Catarina Ribeiro
Quando você pensa em sonhos pessoais, você se imagina com um mochilão desbravando o mundo? Ou se imagina feliz no modelo ‘casamento, dois filhos e um cachorro’?
Procuro driblar esse pensamento de “só vou ficar feliz se….”. Aprendi isso com a minha carreira. Quando a gente leva muito “não” — a minha história é de muitos nãos, tenho incontáveis nãos na minha bagagem.
Algum que tenha sido traumático?
Vários “nãos” são traumáticos. Geralmente, eles são aquelas negativas que não diziam respeito ao trabalho que eu estava entregando. Os “nãos” mais difíceis são aqueles que dizem “seu trabalho é incrível, mas você não é o perfil”.
Quando você escutou isso?
Desde que eu era criança. Acho que muitas atrizes passam por isso. São aspectos que não têm relação com o seu trabalho. Passei a meu pautar em questões profissionais. Fui teimosa o suficiente para fazer acontecer, fui obstinada. Agora, penso minha felicidade com o aqui e agora, menos com a projeção. Temos vivido uma transformação social que nos afasta da felicidade. Se ficarmos no “vou ser feliz se comprar tal coisa, se morar em tal lugar, se viajar para ali…”, deixamos de curtir o nosso presente.
“Fui teimosa o suficiente para fazer acontecer, fui obstinada”
E como você curte o presente, o dia a dia?
Em junho, quando terminei de rodar Véspera, série prevista para 2026, baseada no livro da Carla Madeira, quis viajar com as minhas amigas dos tempos de faculdade, pegar a estrada, ver gente, ver os interiores desse país riquíssimo. Sou atriz porque amo as pessoas. Eu me preocupo muito em não perder esse lugar de observação e troca. Nosso mercado nos puxa para a autorreferência, de querer falar sobre si, de querer contar histórias que tenham a ver com nosso universo. Acho importante romper fronteiras e acessar outros ambientes, ter amizades em outros universos, para não ficar ensimesmada. Como disse, tenho terror da repetição e de ficar presa aos mesmos assuntos, visitando lugares parecidos. Não quero me limitar. Foi muito bom tirar um mês para viajar, estar sem rumo exato, conversei com pessoas.
E o que já pode nos adiantar sobre Véspera?
Foi um trabalho que me exigiu muito, como nenhuma personagem tinha me exigido na vida. Terminamos de gravar em junho. Tenho muita expectativa para Véspera em 2026 e celebro este fim de ano com a diversidade de atuações. Para o ano que vem, também estou no elenco do filme Os Corretores, dirigido pelo Andrucha Waddington e protagonizado pela Fernanda Torres. Foi uma parceria potente. Quando fui convidada, veio a sensação de “deu bom”. Acho que o público pode se animar.
Camila Márdila
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Créditos
Camila Márdila: "Quando decidi ser atriz, fui um ET na minha família"
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