O ministro da Saúde, Alexandre de Padilha, anunciou, nesta quinta-feira (4/12), a aquisição de mais de 1,8 milhão de doses da vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR), que causa bronquiolite em recém-nascidos. Durante coletiva de imprensa, Padilha e a primeira-dama Janja da Silva deram o pontapé inicial na campanha nacional de vacinação contra a doença. O ministro enfatizou que a oferta é suficiente para imunizar “todas as gestantes brasileiras” que frequentam o Sistema Único de Saúde (SUS).
“O Ministério comprou vacinas suficientes para vacinar todas as gestantes brasileiras. Ela (vacina) é muito importante, porque o número de casos de internações e, infelizmente, de óbitos pela bronquiolite é exatamente até o primeiro ano de idade. Então, se você se vacina durante a gravidez, essa proteção já passa pela placenta. Por isso, quanto mais rápido, a partir da 28ª semana, vacinar melhor”, afirmou Padilha.
No decorrer do evento, que ocorreu na sala de vacinação do Ministério da Saúde, em Brasília, Padilha vacinou gestantes e explicou a atuação deste imunizante na grávida, que previne e protege a saúde dos recém nascidos. O imunizante será distribuído em todo o país, por meio do SUS, e as gestantes que já estão na 28ª semana podem ir aos postos de saúde da cidade para se vacinar.
De janeiro a novembro deste ano, o país registrou 43,2 mil casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave, incluindo a bronquite, causada pelo VSR, com mais de 35, 5 mil hospitalizações em crianças com menos de dois anos de idade. Com o investimento de mais de R$ 1 bilhão na compra de doses, o imunizante também passará a ser fabricado no país a partir de um acordo com o Instituto Butantan.
Processo e tecnologia
Ao ser imunizada, a gestante produz anticorpos, que são repassados em forma de células de defesa para o bebê, que se prevenir desta doença que acomete gravemente esta faixa etária. Como a maioria dos casos nos bebês é em motivo de infecção viral, não existe um tratamento específico para bronquiolite, mas sim um manejo para tratar sinais e sintomas, reduzindo o impacto da doença.
O Brasil assumiu o método de produção da vacina contra VSR por meio de um acordo de transferência de tecnologia de uma empresa internacional. A incorporação da vacina no SUS aconteceu após negociações entre o Instituto Butantan, que assegurou a transferência de tecnologia ao governo, e contou com a cooperação de tratativas do Ministério da Saúde com a Organização Panamericana da Saúde para que três países sulamericanos passem a desenvolver imunizantes nacionais para doenças respiratórias.
Saúde das gestantes
A gestante de 35 anos Alexandra Saliba, que é médica, enfatizou que ficou muito feliz de ser imunizada porque anteriormente a vacina não era disponibilizada e, segundo ela, isso intensificava a preocupação com sua outra filha que era bebê à época.
“Não tomar a vacina tem um custo de saúde muito alto, porque a bronquiolite é um dos principais fatores de hospitalização de morte para as crianças. Eu tenho uma outra filha de 15 anos, na época em que ela nasceu, não existia a vacina da bronquiolite, e aí existia esse medo, lidar com um bebezinho pequeno, sabendo do risco o tempo todo”, afirmou.
A historiadora Marina Regis, de 35 anos, é gestante e também foi imunizada. “A vacina sempre salvou a vida das pessoas. Por isso que a gente está aqui, por isso que a gente conseguiu erradicar várias doenças no Brasil”, disse.




