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Igreja Católica de Nova York cria fundo de US$ 300 milhões para indenizar vítimas de abusos sexuais – CartaCapital

by admin

A Arquidiocese de Nova York anunciou a criação de um fundo de US$ 300 milhões (R$ 1,65 bilhão) destinado a indenizar as vítimas de abusos sexuais que processaram a Igreja no estado.

“Esperamos disponibilizar mais de US$ 300 milhões (R$ 1,65 bilhão) (…) para indenizar as vítimas de abusos sexuais”, afirmou o cardeal-arcebispo de Nova York, Timothy Dolan, em uma carta dirigida aos fiéis e publicada na internet na segunda-feira 8.

A Igreja Católica americana foi abalada por uma série de artigos do jornal Boston Globe, em 2002, sobre abusos cometidos pelo clero em Boston, no leste do país, no estado de Massachusetts. Essas revelações, popularizadas pelo filme Spotlight, deram voz às vítimas.

Desde então, muitos padres foram expulsos do clero e processados judicialmente. A Igreja também pagou somas significativas para compensar as vítimas.

“Nosso objetivo sempre foi, e continua sendo, resolver rapidamente todas as queixas fundamentadas, fornecer o valor máximo de indenização ao maior número possível de vítimas e ajudá-las a se curar e seguir em frente”, insistiu o cardeal Dolan.

Cerca de 1.300 processos de vítimas

Segundo a mídia americana, cerca de 1.300 pessoas processaram a Igreja no estado de Nova York.

Para reunir essa quantia, o cardeal tomou “uma série de decisões financeiras muito difíceis”, incluindo demissões na arquidiocese e uma redução de 10% no orçamento operacional.

Dom Dolan também planeja vender “ativos imobiliários importantes”, incluindo a antiga sede da arquidiocese, na First Avenue, em Manhattan. O imóvel foi vendido por mais de US$ 100 milhões (R$ 550 milhões), segundo o New York Times.

“Os abusos sexuais cometidos contra menores há muito tempo cobriram nossa Igreja de vergonha”, lembrou o religioso, pedindo mais uma vez “perdão” às vítimas.

A arquidiocese também contratou um magistrado aposentado como mediador. Daniel Buckley desempenhou o mesmo papel em Los Angeles, resolvendo o caso de mais de 1.000 pessoas em 2024 por um total de US$ 880 milhões (R$ 4,84 bilhões), segundo a imprensa americana.

Na segunda-feira, uma juíza federal aprovou um acordo prevendo o pagamento de US$ 230 milhões (R$ 1,27 bilhão) pela arquidiocese de Nova Orleans a centenas de vítimas, segundo a mesma fonte.

Em 2019, o ex-arcebispo de Washington foi destituído pelo papa Francisco. O Vaticano o reconheceu culpado de agressão sexual contra pelo menos um adolescente de 16 anos em 1974 e de comportamento inadequado com seminaristas adultos. Ele era então o mais alto responsável católico destituído nos Estados Unidos por violência sexual.

Em 2020, um relatório do Vaticano detalhou como alertas de jovens padres e seminaristas foram ignorados nas décadas de 1980 e 1990.

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