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O que são, onde estão e como acessar os Centros de Atenção Psicossocial em São Luís

by admin
Fachada do Caps ad (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas) em São Luís, com placa institucional verde e branca identificando a unidade, muro de pedras e portão de entrada.

Kethlen Mata

Como está sua saúde mental? Já parou para pensar no assunto? Problemas como ansiedade, estresse ou depressão fazem parte da vida e podem afetar qualquer pessoa — do executivo ao estudante, da dona de casa ao atleta. Reconhecer isso é o primeiro passo para buscar ajuda quando necessário.

Mas afinal, o que exatamente significa ter saúde mental? A resposta não é tão simples quanto parece. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), não existe uma definição oficial exata para o conceito. Em vez de uma definição única, a entidade aponta critérios para compreendê-la: trata-se de um estado de bem-estar que permite à pessoa reconhecer e desenvolver suas habilidades, responder aos desafios cotidianos, trabalhar de forma produtiva e contribuir com a comunidade.

O Ministério da Saúde do Brasil adota entendimento semelhante, reforçando que a saúde mental é um direito humano fundamental, e que, mais do que a ausência de transtornos, está ligada à forma como reagimos às emoções e equilibramos pensamentos, sentimentos e comportamentos no dia a dia.

No Maranhão, dados do SISMental (Sistema de Saúde Mental), desenvolvido pela SES (Secretaria de Estado da Saúde) e já implantado em 81 dos 217 municípios do estado, indicam que em 2024 foram registrados 3.349 atendimentos relacionados à ansiedade e 1.165 por depressão. O sistema também contabilizou 401 ocorrências de suicídio em todo o estado.

Essas condições podem afetar qualquer indivíduo, em qualquer fase da vida. Diferente de uma ferida física, os transtornos mentais nem sempre são visíveis, mas são igualmente sérios e exigem acompanhamento adequado.

DOS MANICÔNIOS AOS CAPS

Durante décadas, pessoas com transtornos mentais eram enviadas contra a própria vontade para manicômios —instituições onde ficavam isoladas da família e da sociedade, muitas vezes até a morte, em condições desumanas. A internação manicomial era uma política de exclusão e abandono, não de cuidado, do Estado, que descartava essas pessoas do convívio social, sem perspectiva de retorno.

No Brasil, essa realidade começou a mudar a partir dos anos 1980, com os avanços do movimento antimanicomial, a criação do SUS (Sistema Único de Saúde), o aumento da resistência à estigmatização de pessoas com transtornos mentais e crescentes debates sobre inclusão.

“A implantação do primeiro Caps foi em São Paulo ainda nos anos 1980 e representou a transição para uma lógica de cuidado centrada na comunidade”, explica a Dra. Cristina Loyola, enfermeira em saúde mental e professora emérita da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) com 50 anos de experiência na área.

A partir de 2001, a reforma psiquiátrica acelerou o fechamento dos depósitos humanos e, mais tarde, regulamentou a expansão dos Caps (Centros de Atenção Psicossocial), focados na reinserção do paciente à sociedade e em fornecer serviços médicos e psicológicos, assistência social e atividades terapêuticas, garantindo o cuidado integral à saúde mental, a autonomia e a cidadania dos pacientes.

Dez anos depois, a nova política nacional de saúde mental reorientou o modelo de assistência a pessoas com transtornos psiquiátricos e reiterou que elas têm direito ao cuidado em liberdade. Nesse contexto, o SUS instituiu a Raps (Rede de Atenção Psicossocial), englobando os Caps, as UBS (Unidades Básicas de Saúde) e outros pontos de atenção à saúde mental.

O QUE SÃO OS CAPS?

Os Centros de Atenção Psicossocial são serviços públicos gratuitos que atendem de forma humanizada pessoas com transtornos mentais, incluindo problemas relacionados ao uso de álcool e drogas. O tratamento acontece próximo de casa, sem afastar o paciente de sua família e comunidade.

O atendimento nos Caps pode ser iniciado por escolha própria (quando o paciente procura diretamente) ou por meio de encaminhamento proveniente de demais serviços da rede de saúde ou de setores interligados, como assistência social, educação, justiça e outros.

Nos Caps, o paciente encontra consultas médicas e psicológicas, atendimentos individuais, grupos terapêuticos, oficinas e atividades de reabilitação psicossocial, que acontecem sempre dentro da comunidade, sem afastamento da família. Todo tratamento segue um plano terapêutico elaborado junto com o paciente e a família.

“O Caps é porta aberta. Qualquer pessoa pode vir e será atendida”, reforça Marcelo Costa, diretor geral do Caps AD da rede estadual.

ONDE ENCONTRAR UM CAPS EM SÃO LUÍS E COMO TER ACESSO AO ATENDIMENTO?

Atualmente, de acordo com o Cnes (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, do DataSUS, existem cinco Centros de Atenção Psicossocial em São Luís.

Desse total, dois são destinados a pessoas com transtornos psicológicos decorrentes do uso de álcool e outras drogas (Caps AD), outros dois a adultos com transtornos mentais mais profundos e persistentes (Caps III) e um ao público infantojuvenil, que são crianças e adolescentes até 18 anos (Caps i).

Essas unidades estão distribuídas entre as redes municipal e estadual de saúde, localizadas em bairros de fácil acesso à população da capital. Todas funcionam de forma gratuita. Confira onde encontrar cada uma:

Rede Estadual

Caps ad

  • Endereço: Rua Conde D’ Eu, número 65 – Monte Castelo
  • Horário de Funcionamento: 08h às 18h
  • Telefone da unidade: (98) 3232-4741 ou (98) 98430-2299

Caps III Dr. Bacelar Viana

  • Endereço: Av. Getúlio Vargas, número 2508 – Monte Castelo
  • Horário de funcionamento: 24h
  • Telefone da unidade: (98) 3232-7869

Rede Municipal

Caps AD

  • Endereço: Avenida Getúlio Vargas, número 2016 – Monte Castelo
  • Horário de funcionamento: 08h às 17h
  • Telefone da unidade: (98) 99143-1431

Caps III

  • Endereço: Rua das Agulhas Negras, quadra 06, número 11 – Calhau
  • Horário de funcionamento: 7h às 19h
  • Telefone da unidade: (98)  99171-0962

Caps i

  • Endereço: Rua H, quadra F, número 5 – Jardim Atlântico–Turu
  • Horário de funcionamento: 08h às 17h30
  • Telefone da unidade: (98) 99162-8250

Créditos

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