Se engana quem acha que o Paris Saint-Germain vai ao Catar a passeio. Ou que a torcida francesa está ignorando totalmente o jogo da próxima quarta-feira, em Doha. A Copa Intercontinental de Clubes da Fifa não tem o mesmo peso da Liga dos Campeões, é óbvio, mas é um troféu desejado pelo clube — nenhum francês o tem. Por fim, o título coroaria o brilhante ano dos parisienses.
Em julho deste ano, o PSG já havia tentado ganhar o mundo. Na primeira edição do Mundial de Clubes da Fifa, com 32 times, a equipe chegou aos Estados Unidos com status de favorita, mas foi derrotada pelo Chelsea na decisão. Agora, o time tem mais uma chance de vencer uma competição da entidade.
— É um objetivo para o PSG, que quer conquistar todos os troféus possíveis. É também a primeira vez na sua história que o PSG disputa a Copa Intercontinental, então eles vão fazer de tudo para vencê-la — disse o jornalista francês Benjamin Quarez, do Le Parisien.
Os rumores de que o técnico Luis Enrique levaria um time alternativo ao Catar não se sustentam. A equipe, claro, pode ter algumas baixas. Caso do lateral-direito Hakimi, que está na fase final da recuperação da lesão no tornozelo esquerdo. Ele vai terminar o tratamento no Marrocos. A seleção marroquina estreia na Copa das Nações da África no dia 21 deste mês.
Outros jogadores que desfalcaram o time em jogos recentes também vão ficar à disposição. Désiré Doué já retornou no empate com o Athletic Bilbao, pela Liga dos Campeões; Dembélé está praticamente recuperado de uma gripe; e o goleiro Lucas Chevalier é outro liberado para jogar.
O calendário de fim de ano do PSG também facilitou a vida de Luis Enrique. O time enfrenta amanhã o Metz, lanterna do Francês, antes de viajar ao Catar. Três dias depois da final do Intercontinental, o confronto será com Vendée Fontenay, clube da quinta divisão francesa, em jogo da primeira rodada da Copa da França.
— O jogo com o Metz é uma partida que o Luis Enrique pode até rodar alguns jogadores. E depois contra o Vendée Fontenay, independentemente do Intercontinental, já era um jogo que ele provavelmente vai escalar os reservas ou quase todos os reservas. Depois desse jogo, o time só volta dia 4 de janeiro — analisa o jornalista brasileiro Tiago Leme, que cobre futebol em Paris.
Ainda há um fator extra. O proprietário do PSG é o Qatar Sports Investments, um dos braços do fundo soberano do país do Oriente Médio. Doha, inclusive, está preparando uma fanzone para os torcedores do clube. A diretoria também está oferecendo pacotes completos mais econômicos para assistir à final. São esperados alguns milhares de ultras na cidade.
— Não é uma competição que mexe muito com a torcida. Mas, ao mesmo tempo, se o PSG perder a final, a gente vai ficar completamente frustrado. É um objetivo do clube, não um grande sonho — diz a torcedora Camille Huguenin.
