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“Estávamos no céu?”: confissão iraniana abala narrativa do abate dos F-35 israelitas

by admin

De يورونيوز

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As primeiras informações iranianas de que dois caças F-35 israelitas teriam sido abatidos durante a guerra Israel-Irão suscitaram um ceticismo generalizado, uma vez que não há qualquer caso confirmado de abate de um avião deste tipo em qualquer conflito armado anterior.

À medida que o debate se alargava interna e externamente, a declaração oficial da emissora pública iraniana veio confirmar que as informações em que se baseavam estas afirmações eram inexatas.

Reconhecimento do erro de cobertura

Durante um discurso na Universidade Beheshti, em Teerão, o diretor da emisora pública do Irão, Peyman Jabali, admitiu que a sua organização tinha cometido um erro profissional ao transmitir informações incorretas sobre a queda dos dois caças israelitas.

De acordo com o site iraniano Eqtesad, Jabali explicou que a emissora baseou a sua cobertura em informações fornecidas por um funcionário, as quais mais tarde se revelaram inconsistentes.

“Estávamos no céu?”

“Noticiámos o que recebemos tal como estava, mas depois verificou-se que a informação não era correta”, assumiu Jabali, perguntando: “Estávamos no céu para testemunhar a queda do caça? Ou por detrás do sistema de defesa? Um oficial militar disse-nos que o incidente tinha ocorrido, por isso noticiámo-lo, mas depois verificou-se que a informação não era fiável”.

Este incidente foi um golpe para a credibilidade da organização, reconheceu, sublinhando que a confiança dos média não deve ser depositada noutras fontes, a menos que haja declarações oficiais claras.

Críticas internas: “retórica da fraqueza”

Ser rápido a publicar informações não confirmadas “não é uma vantagem”, disse Jabali, especialmente em casos relacionados com a morte de oficiais ou comandantes militares. Jabali também criticou o que descreveu como a “retórica da fraqueza” que emergiu do interior do Irão, que, segundo ele, contribuiu para uma imagem imprecisa na qual Israel baseou as suas avaliações durante o recente confronto.

A guerra dos 12 dias

A guerra entre Israel e o Irão, ou a “Guerra dos 12 Dias”, como lhe chama o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, eclodiu na madrugada de 13 de junho de 2025, depois de Israel ter lançado um ataque aéreo em grande escala, sob o nome de “Operação Leão Erguido”, visando instalações militares e edifícios civis que, segundo o Estado hebraico, albergavam líderes e cientistas iranianos. Teerão respondeu na noite do mesmo dia com o lançamento da Operação Promessa Honesta 3, utilizando mísseis balísticos e drones contra alvos militares e dos serviços secretos em Israel.

O confronto é visto como o culminar de anos de escalada mútua, com Israel a encarar o programa nuclear iraniano como uma ameaça existencial e o Irão a não reconhecer a legitimidade de Israel. As operações resultaram em perdas importantes para ambas as partes, incluindo a morte de comandantes da Guarda Revolucionária e a destruição de instalações sensíveis no Irão, com danos consideráveis em cidades israelitas após o disparo de centenas de mísseis iranianos.

Em 22 de junho, os EUA participaram diretamente nos ataques através de fortes raides de bombardeiros B-2 sobre instalações nucleares iranianas e o Irão respondeu bombardeando a base americana de al-Udeid no Qatar, antes de Trump anunciar, em 24 de junho, que tinha sido alcançado um cessar-fogo.

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