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Mirtes Renata recebe nota máxima em TCC sobre trabalho análogo à escravidão e reforça luta por justiça após morte do filho Miguel

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A trajetória de Mirtes Renata, mãe do menino Miguel Otávio, voltou a ganhar destaque nas redes sociais nesta semana após a divulgação de que ela recebeu nota máxima em seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) no curso de Direito, com um estudo voltado ao trabalho análogo à escravidão, tema diretamente ligado à sua própria história de vida.

A conquista acadêmica reacende a comoção nas redes sociais e reforça a trajetória de resistência da mãe de Miguel, símbolo da luta por justiça social no Brasil/Foto: Reprodução

Após a perda do filho, Mirtes decidiu ingressar na graduação em Direito movida pelo desejo de compreender o sistema de justiça e lutar não apenas pelo caso de Miguel, mas também por outras vítimas de desigualdade, exploração e violência social. O excelente desempenho acadêmico simboliza mais um passo em um caminho marcado por dor, resistência e determinação.

Repercussão nas redes sociais

A conquista de Mirtes gerou uma forte comoção entre internautas, que passaram a manifestar apoio, admiração e indignação ao relembrar o caso. Muitos destacaram a força da mãe que transformou o luto em luta, enquanto outros voltaram a criticar a morosidade da Justiça brasileira.

Entre os comentários, há quem afirme que a injustiça se transformou em força, ressaltando que a história de Mirtes é exemplo de superação e coragem. Outros dizem que nunca conseguiram esquecer o caso de Miguel e que se colocam no lugar de uma mãe que perdeu o filho de forma tão brutal. Também surgiram manifestações defendendo que a trajetória de Mirtes deveria se transformar em filme, como símbolo da luta de mulheres negras e trabalhadoras no Brasil.

Ao mesmo tempo, parte dos internautas expressou revolta ao lembrar que, enquanto Mirtes concluiu uma graduação inteira, a responsabilização definitiva dos envolvidos no caso ainda é vista como insuficiente, o que reforça o sentimento de impunidade.

Relembre o caso Miguel

Miguel Otávio Santana da Silva tinha apenas cinco anos quando morreu, em junho de 2020, no Recife (PE). O menino caiu do 9º andar de um prédio de luxo após ser deixado sozinho no elevador pela então patroa de sua mãe, Sari Corte Real, enquanto Mirtes passeava com o cachorro da família para a qual trabalhava como empregada doméstica.

O caso chocou o país e se tornou símbolo do racismo estrutural, da desigualdade social e da precarização do trabalho doméstico no Brasil. A morte de Miguel gerou protestos nacionais e internacionais, além de intensos debates sobre justiça, privilégios e responsabilização.

Uma formação que vai além do diploma

Ao concluir o curso de Direito com excelência acadêmica, Mirtes Renata reforça que sua formação vai além de um título profissional. Para muitos que acompanham sua história, trata-se de um ato de resistência, memória e busca por justiça, não só por Miguel, mas por tantas outras vidas invisibilizadas.

A conquista reacende o debate sobre o caso e mantém viva a cobrança por justiça, ao mesmo tempo em que consolida Mirtes como símbolo de força, dignidade e transformação social.

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