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Ângela Mendes, filha do líder seringueiro Chico Mendes, participou neste domingo (14) da manifestação contra o PL da Dosimetria e contra o Congresso Nacional, realizada em Rio Branco. Durante o ato, ela destacou a importância de fortalecer os movimentos sociais e criticou a disseminação de desinformação sobre o legado de seu pai, especialmente no Acre.
Filha de Chico Mendes critica desinformação, cobra valorização da memória do líder seringueiro e defende fortalecimento dos movimentos sociais durante ato em Rio Branco/Foto: ContilNet
Em sua fala, Ângela afirmou que, apesar de Chico Mendes ser reconhecido internacionalmente por sua atuação na defesa da Amazônia e dos trabalhadores da floresta, ainda enfrenta resistência e ataques em sua própria terra natal. Segundo ela, esse cenário é resultado de uma narrativa construída ao longo de décadas.
“O nome do meu pai é reconhecido no mundo todo, mas aqui no Acre, em Xapuri, a gente ainda tem um desafio enorme”, afirmou, ao relacionar esse contexto à propagação de fake news. De acordo com Ângela, esse tipo de ataque não é recente. “Isso vem desde os anos 70 e 80, quando a imprensa da época chamava meu pai de vagabundo por ele lutar pelos direitos dos seringueiros”, disse.
Ela também criticou estigmas que, segundo relatou, ainda persistem na memória de parte da população. “Tem gente que até hoje diz que meu pai era vagabundo, que era cachaceiro. Nunca entenderam de fato a luta que ele fez para garantir direitos aos trabalhadores e às trabalhadoras da floresta”, declarou.
Durante a manifestação, Ângela defendeu o fortalecimento do Comitê Chico Mendes como forma de enfrentar essa narrativa. Para ela, a valorização da história e da luta do líder seringueiro é essencial para combater a desinformação. “Fortalecendo o Comitê Chico Mendes, a gente desconstrói essa narrativa tão cruel”, afirmou.
Ela ressaltou ainda que Chico Mendes é oficialmente reconhecido como patrono do meio ambiente brasileiro, herói nacional e referência mundial na defesa da Amazônia. “Ele é reconhecido pela ONU e internacionalmente, mas aqui no próprio estado ainda é tratado dessa forma”, lamentou.
A manifestação em Rio Branco integrou uma mobilização nacional, com atos realizados em diversas cidades do país, reunindo movimentos sociais, lideranças políticas e ativistas em defesa da democracia e de pautas sociais.
