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A partir de 1° de janeiro de 2026, o salário mínimo terá um aumento de R$ 103, chegando ao valor de R$ 1.621. O novo valor começará a ser recebido pelos trabalhadores a partir de fevereiro.
O aumento foi confirmado após a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado no cálculo do reajuste anual do salário mínimo.
Para que o reajuste entre em vigor, o presidente Lula (PT) ainda precisa formalizar o novo valor por meio de decreto. O salário mínimo atualizado passa a valer no primeiro dia de janeiro, e quem recebe o piso (ou múltiplos dele), assim como benefícios indexados a esse valor, como seguro-desemprego e BPC, terá o pagamento corrigido já no início de fevereiro.
A seguir, entenda como funciona o salário mínimo no país, qual é a regra de correção e os reflexos dessa mudança na economia.
Como funciona o salário mínimo?
O salário mínimo é o menor valor que um trabalhador com carteira assinada pode receber no Brasil. Pela regra, o piso nacional deve ser reajustado, no mínimo, pela inflação, garantindo o chamado “poder de compra”.
Durante os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, o piso foi corrigido apenas pela inflação, sem aumento real. Já na administração do presidente Lula, a política de valorização do mínimo voltou a ser aplicada, com reajustes acima da inflação.
Como o governo chegou ao valor de R$ 1.621?
Se aplicasse somente a regra constitucional — correção pela inflação — o governo ajustaria o piso dos atuais R$ 1.518 para cerca de R$ 1.582, considerando a variação de 4,18% do INPC acumulado até novembro.
No entanto, Lula havia prometido resgatar a política de valorização do salário mínimo, garantindo ganhos acima da inflação. Em 2023, o Congresso aprovou medida provisória que instituiu essa regra em lei.
A fórmula considera:
- o INPC acumulado até novembro;
- o crescimento real do PIB de dois anos antes.
Seguindo essa metodologia, o piso de 2026 seria de R$ 1.636, com base na inflação de 4,18% e no crescimento do PIB de 2024 (3,4%). Entretanto, uma lei aprovada em dezembro do ano passado limitou o aumento real a 2,5%, em função das restrições do novo arcabouço fiscal.
Com o teto aplicado, o reajuste resulta da soma da inflação (4,18%) com o ganho real máximo (2,5%), chegando ao novo valor de R$ 1.621.
Piso para 59,9 milhões de brasileiros
Conforme estudo divulgado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) em janeiro, o salário mínimo é referência para 59,9 milhões de pessoas no país.
Além dos trabalhadores que recebem diretamente o valor do piso, aposentadorias, abono salarial e benefícios assistenciais, como o BPC, também seguem o montante do mínimo. O reajuste impacta ainda indicadores indiretos, como o salário médio e a capacidade de consumo das famílias.
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