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“Herói”: muçulmano desarmou terrorista em ataque contra judeus na Austrália; 12 morreram

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O homem que aparece no vídeo desarmando um dos dois terroristas que promoveram ataque que deixou 12 mortos na praia de Bondi, em Sydney, é árabe muçulmano, identificado como Ahmed Al-Ahmad, tem 43 anos, é dono de uma banca de frutas e nunca havia pegado em uma arma na vida.

As informações foram divulgadas pela mídia australiana, que confirmou a 12ª morte no ataque terrorista que deixou ao menos mais 29 pessoas feridas, incluindo dois policiais, durante uma celebração do festival judaico de Hanukkah. Um atirador foi morto e o outro está internado em estado grave.

Após o vídeo em que Ahmed desarma o terrorista viralizar nas redes,  Chris Minns, governador do estado australiano de Nova Gales do Sul, classificou o homem como “herói”.

“É a cena mais inacreditável que já vi: um homem se aproximando de um atirador que havia disparado contra a comunidade e, sozinho, o desarmando, colocando sua própria vida em risco para salvar a vida de inúmeras outras pessoas”, disse Minns em entrevista, antes de Ahmed ter sido identificado.

“Esse homem é um verdadeiro herói, e não tenho dúvidas de que muitas, muitas pessoas estão vivas esta noite graças à sua bravura”, emendou. Ahmed foi alvo de tiros e está internado, sem risco de morte.

Incidente terrorista

A polícia classificou o ataque como um “incidente terrorista” e disse ter encontrado “artefatos explosivos improvisados” em um veículo próximo à praia, vinculado ao “criminoso morto”.

“Este é um ataque direcionado contra judeus australianos no primeiro dia do Hanukkah, que deveria ser um dia de alegria, uma celebração da fé”, disse o primeiro-ministro, Anthony Albanese, em um pronunciamento televisionado.

“Um ato de maldade, antissemitismo e terrorismo que atingiu o coração da nossa nação”, acrescentou, chamando de “heróis” os cidadãos que enfrentaram um dos atiradores e o desarmaram.

O ataque ocorreu durante um evento chamado “Chanukah by the Sea”, que celebra o feriado judaico do Hanukkah, no qual participavam cerca de mil pessoas, segundo a polícia.

O presidente israelense, Isaac Herzog, classificou o ataque como “cruel contra os judeus” e o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, acusou o governo de ter “alimentado o fogo do antissemitismo” ao reconhecer um Estado palestino.

Completamente previsível

A praia de Bondi, no leste de Sydney, é uma das mais populares do país e atrai inúmeros banhistas, especialmente nos fins de semana.

“Ouvimos os tiros. Foi chocante; parecia que foram dez minutos de ‘bang, bang, bang’. Parecia uma arma potente”, disse à AFP Camilo Díaz, um estudante chileno de 25 anos que estava no local.

Os serviços de emergência receberam as primeiras ligações por volta das 18h47 (4h47 no horário de Brasília), segundo a polícia.

A colina coberta por grama que leva à praia de Bondi estava repleta de pertences abandonados por pessoas que fugiram do local, incluindo um carrinho de bebê, relatou um jornalista da AFP presente no local.

Equipes médicas atendiam várias pessoas deitadas na grama à beira da praia, de acordo com imagens da emissora pública ABC.

Uma arma que parecia ser uma espingarda estava ao lado de uma árvore na área.

Harry Wilson, um morador local de 30 anos, disse ao Sydney Morning Herald que viu “pelo menos dez pessoas no chão e sangue por toda parte”.

O presidente da Associação Judaica da Austrália, Robert Gregory, afirmou que o ataque foi “uma tragédia, mas completamente previsível” e denunciou o governo por “não tomar medidas adequadas para proteger a comunidade judaica”.

Após o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e a subsequente guerra em Gaza, a Austrália sofreu diversos ataques antissemitas. O governo australiano acusou o Irã de estar por trás deles e expulsou seu embaixador.

Em outubro de 2024, um incêndio destruiu um café kosher no bairro de Bondi e, em dezembro do mesmo ano, outro incêndio teve como alvo a sinagoga Adass Israel, em Melbourne.

O primeiro-ministro, citando informações de inteligência, afirmou que ambos os ataques foram orquestrados pelo Irã. Nenhum deles deixou vítimas.

Com informações da AFP
 

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