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Controlar o nível de açúcar no sangue antes do diagnóstico de diabetes pode ter um impacto decisivo na saúde do coração. É o que indica um estudo internacional publicado na revista científica The Lancet, que aponta uma redução expressiva no risco de infarto, insuficiência cardíaca e morte prematura entre pessoas que conseguiram normalizar a glicose.
A pesquisa analisou indivíduos com pré-diabetes, condição em que o açúcar no sangue já está elevado, mas ainda não caracteriza o diabetes tipo 2. Segundo os autores, esse período funciona como uma janela de oportunidade: quem consegue reverter o quadro nessa fase apresenta benefícios duradouros para o sistema cardiovascular.
Os resultados se baseiam em dados de mais de dois mil participantes acompanhados por décadas em grandes estudos populacionais realizados nos Estados Unidos e na China. O longo tempo de observação permitiu avaliar como pequenas mudanças metabólicas influenciam o risco de doenças graves ao longo da vida.
De acordo com a análise, pessoas que retornaram a níveis considerados saudáveis de glicose tiveram cerca de metade do risco de desenvolver problemas cardíacos em comparação com aquelas que permaneceram com a taxa elevada. O efeito foi consistente entre diferentes faixas etárias, pesos corporais e origens étnicas.
Um dos pontos destacados pelos pesquisadores foi a identificação de um indicador simples e acessível. Níveis de glicemia em jejum iguais ou abaixo de 97 mg/dL estiveram associados a menor risco cardiovascular persistente, o que pode facilitar a adoção dessa meta em serviços de saúde.
Para os autores, os dados reforçam que agir antes do diabetes se instalar é fundamental. Além de evitar a progressão da doença, a normalização da glicose pode proteger o coração por décadas, ampliando o papel da prevenção baseada em mudanças de estilo de vida.
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