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O café faz parte da rotina brasileira e é presença constante no trabalho e em casa. Mas uma uma pesquisa publicada na revista Nature Neuroscience pela Universidade Johns Hopkins traz uma novidade sobre o hábito. Os cientistas identificaram identificaram mudanças mensuráveis na atividade neural, melhora do metabolismo e benefícios à saúde cardiovascular em quem toma café sem açúcar. Os resultados recolocam em debate o costume de adoçar e reforçam a relevância de um consumo mais puro e consciente.
O impacto no cérebro
Segundo os pesquisadores, beber café puro fortalece as conexões do hipocampo, área decisiva para formar e recuperar memórias. Esse reforço neural também melhora a atenção e o estado de alerta, criando uma atividade cerebral mais eficiente ao longo do dia. A plasticidade cerebral, capacidade de responder a novos estímulos e reorganizar circuitos, apresentou aumento consistente entre os participantes acompanhados por meses. O resultado apareceu de maneira mais nítida justamente entre quem evitava adoçar a bebida, já que o açúcar interfere no metabolismo da cafeína e reduz parte desses efeitos positivos.
Outro ponto de destaque é a queda de marcadores inflamatórios ligados ao envelhecimento precoce do cérebro. A redução dessa inflamação representa menos desgaste neuronal e maior preservação das funções cognitivas ao longo do tempo.
Termogênese e metabolismo
O estudo também observou que o café sem açúcar ajuda o corpo a gastar mais energia de forma natural. A bebida não possui calorias relevantes e estimula a termogênese, processo que aumenta a produção de calor e acelera o metabolismo basal. Com isso, nutrientes são processados de forma mais eficiente e o organismo tende a manter o peso de maneira mais equilibrada quando a rotina alimentar é saudável.
Para os cientistas, o efeito metabólico não é milagroso, mas cria condições favoráveis para quem busca controlar o peso sem depender de suplementos caros ou dietas rígidas. O açúcar, porém, anula parte desse mecanismo e deve ser evitado caso o objetivo seja aproveitar integralmente a ação da cafeína.
Ação antioxidante e proteção cardiovascular
O café é rico em polifenóis e ácidos clorogênicos, compostos antioxidantes que neutralizam radicais livres e reduzem o estresse oxidativo nas células. Esses elementos fortalecem a integridade dos vasos sanguíneos e dificultam a formação de placas nas artérias. Consumidores frequentes da bebida apresentaram menor risco de obstruções capazes de desencadear infartos ou acidentes vasculares.
Outro achado relevante envolve a pressão arterial. O consumo moderado de café puro mostrou melhora na função endotelial e maior flexibilidade das artérias, fatores que ajudam a estabilizar a circulação. Estudos de acompanhamento confirmam que pessoas que bebem até quatro xícaras por dia apresentam menor incidência de doenças cardíacas ao longo dos anos.
Influência na saúde bucal
O estudo também trouxe observações sobre a saúde da boca. O café sem açúcar contém compostos antibacterianos que inibem o avanço da Streptococcus mutans, uma das principais responsáveis pelas cáries. A ausência de adoçantes impede a queda de pH que desgasta o esmalte dos dentes. Dentistas reforçam que adoçar a bebida neutraliza essa camada de proteção, já que o açúcar alimenta exatamente as bactérias que o café ajuda a conter.
Orientações e cuidados
Especialistas recomendam manter o consumo diário abaixo de 400 ml de cafeína, o que equivale a três ou quatro xícaras de café. Gestantes, pessoas com refluxo ou com quadros de ansiedade devem buscar orientação médica e ajustar a quantidade. O exagero pode provocar insônia, taquicardia, irritação e desconfortos digestivos.
Um hábito simples que gera múltiplos ganhos
Os resultados reforçam que o café sem açúcar oferece uma combinação rara de acessibilidade, baixo custo e benefícios comprovados para o cérebro, o coração e o metabolismo. A pesquisa sugere que preservar a bebida em sua forma mais pura é suficiente para garantir uma série de efeitos positivos que se perdem quando entram açúcares, xaropes ou adoçantes artificiais.
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