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Trump classifica fentanil como ‘arma de destruição em massa’ – CartaCapital

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O presidente Donald Trump firmou nesta segunda-feira 15 um decreto que classifica o fentanil, um potente opioide que causou uma crise de saúde pública nos Estados Unidos, como uma “arma de destruição em massa”.

“Nenhuma bomba causa o dano que isto está fazendo: entre 200 mil e 300 mil pessoas morrem a cada ano, que nós sabemos”, declarou Trump durante um evento no Salão Oval.

Segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês), cerca de 48 mil pessoas morreram pelo uso de fentanil no ano passado, do total de mortes por overdose, que chegou a cerca de 80 mil.

Trump assinou a ordem executiva após uma cerimônia de entrega de medalhas a militares que apoiam os trabalhos de vigilância na fronteira com o México.

Defensor de um endurecimento radical da política antidrogas americana, Trump assinou no início de sua presidência um decreto que classificou os cartéis como “organizações terroristas”.

Na avaliação de juristas que assessoram o Departamento de Justiça e o Pentágono, a medida autoriza ataques militares no Caribe contra lanchas supostamente utilizadas pelo narcotráfico.

Essa campanha de ataques com mísseis contra embarcações começou em setembro e causou cerca de 90 mortos. A cada ataque, o governo Trump afirmou que sabia perfeitamente que os tripulantes eram narcotraficantes antes de atingi-los com mísseis.

O presidente disse em algumas ocasiões que essas lanchas transportavam carregamentos de fentanil, o que não pôde ser verificado.

Especialistas em narcotráfico, incluindo a própria agência antidrogas americana (DEA, na sigla em inglês), afirmam há anos que o fentanil é produzido em grande parte no México, com a ajuda de precursores químicos provenientes da China.

Classificar o fentanil como “arma de destruição em massa” pode reforçar o arsenal utilizado pelo governo Trump em sua campanha.

A oposição democrata e alguns republicanos têm aumentado a pressão no Congresso para exigir prestação de contas sobre o impacto desses ataques, que geraram grande preocupação em países da região.

Especialistas jurídicos dentro e fora dos Estados Unidos alertam que os ataques no Caribe podem representar “crimes de guerra”.

Trump afirmou que “muito em breve” começarão ataques “em terra” contra os cartéis de drogas, que poderão ocorrer em qualquer país ao sul da fronteira, e não apenas na Venezuela, seu principal alvo atualmente.

Desde setembro, os Estados Unidos realizaram cerca de 20 ataques contra embarcações de supostos narcotraficantes no Mar do Caribe e no Pacífico, com um saldo de 87 mortos.

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