Home » John Textor encara entrevista tensa na França e volta a atacar DNCG: ‘Metade dos jogadores do Botafogo que venceu o PSG mataria para estar no Lyon, mas não puderam’

John Textor encara entrevista tensa na França e volta a atacar DNCG: ‘Metade dos jogadores do Botafogo que venceu o PSG mataria para estar no Lyon, mas não puderam’

by admin

Controlador da SAF do Botafogo, John Textor encarou uma entrevista tensa na França, veiculada nesta segunda-feira (15/12). O empresário norte-americano se defendeu das acusações de que aconteceram “transferências fantasmas” entre Lyon e o Alvinegro e voltou a atacar a DNCG, órgão de controle do futebol francês.

Na avaliação de Textor, que já havia feito essa explicação em ocasiões anteriores, Luiz Henrique e Igor Jesus – que tiveram seus direitos econômicos adquiridos pelo Lyon – só não puderam atuar pelo clube francês porque havia a proibição da DNCG, em 2024.

– Poderíamos [Lyon] ser melhores se pudéssemos preencher algumas dessas lacunas [no elenco] com jogadores adicionais, do tipo de jogador que temos à nossa disposição. Metade do time [do Botafogo] que venceu o PSG em Los Angeles mataria para estar aqui em Lyon, mas não puderam. Porque penso que esta foi uma intervenção esportiva, mais do que financeira – explicou Textor no podcast Rothen S’enflamme”, da “RMC Sport”.

Textor foi interrompido em alguns momentos quando respondia aos questionamentos e chegou a falar que o podcast “parecia um programa de fofocas”, falando que os entrevistadores estavam apenas repetindo boatos. Ele sustenta que não foi bem visto na França porque queria romper com certos modelos adotados no país relacionado a direitos de TV e propriedade multiclube.

– Estou falando sobre isso agora, primeiro, porque o clube está seguro, e segundo, porque acho que foi um ponto de virada para mim ler esse absurdo sobre “transferências fantasmas.” Porque os torcedores do Lyon, e estou falando com eles, podem estar chateados comigo porque fui muito provocativo, muito disruptivo, irritei muita gente no futebol francês. É aí que reside meu erro. Mas não venham me dizer que as transferências de jogadores não foram boas para o clube. Foram compras de jogadores. E elas têm obrigações associadas aos pagamentos parcelados referentes a essas compras – disse Textor.

– À medida que esses jogadores foram vendidos, o Lyon recebeu cada euro em dinheiro associado à propriedade desses jogadores. O Botafogo enviou 146 milhões de euros em dinheiro vivo para o Lyon. O Lyon devolveu 40 milhões. Há 104 milhões de libras em dinheiro que foram enviadas pela Eagle Network para ajudar o Lyon. Além do dinheiro que investimos quando compramos o clube, não fizemos nada além de apoiá-lo financeiramente. Não tenho interesse em voltar à política do futebol francês. Michele [Kang] é muito melhor nisso e o clube está em uma situação muito melhor como resultado – completou.

Leia outras declarações de Textor:

ALMADA, LUIZ HENRIQUE E IGOR JESUS

– É preciso entender que, quando se compete por talentos na América do Sul, a disputa acontece no final da temporada natural deles, que termina em dezembro. Para começar, eu nem sei o que é uma transferência fantasma. Esses jogadores foram contratados. Quero me concentrar primeiro nos três. Thiago Amada, quando foi contratado pelo Eagle Football, tinha um acordo que lhe permitia jogar pelo Botafogo e se transferir para o Lyon. Essa é uma ótima maneira, como clube com várias equipes, quer queiramos ou não, de recrutar jogadores para o nosso programa de desenvolvimento. Se não gostamos de grupos multiclubes, mudemos as regras da liga, mas isso está tudo dentro das normas. Thiago nos rendeu dois campeonatos no Brasil. Em seu contrato, ele tinha o direito de vir para o Lyon. Não tínhamos nenhuma proibição de transferência, nenhuma sanção. Naquele momento, em 2024, com o fim da temporada se aproximando, assinamos um contrato para transferir seus direitos para o Lyon, ele assinou um contrato de prestação de serviços e veio para o Lyon. Não é uma transferência fantasma, é uma transferência de futebol.

– Ao mesmo tempo, Igor Jesus também foi recrutado pela Eagle Football com base nos caminhos que podemos oferecer para a Europa. Nós o contratamos sem custos de transferência. Ele tinha um histórico incrível de gols nos Emirados. Talvez as pessoas estivessem preocupadas com o nível, talvez com lesões anteriores. Nós o levamos para o Brasil, ele se torna titular, um atacante titular da Seleção Brasileira. Obviamente, vocês o viram no jogo contra o PSG. Acho que todos o viram marcar novamente outro dia pelo Nottingham Forest. É um jogador de altíssimo nível. Ele assinou um contrato no outono de 2024 para vir ao Lyon no final da temporada.

– Luiz Henrique foi eleito o melhor jogador do Brasil, o melhor jogador da América do Sul, e também teve um bom desempenho conosco na Copa Libertadores. Ele assinou um contrato, o contrato original assinado em janeiro de 2024 incluía o Lyon e o Botafogo, e ele poderia decidir em qual janela de transferências viria depois de ter um bom desempenho no Brasil. Essas são transações e transferências reais de futebol que foram assinadas pelos atletas com contratos de prestação de serviços, aguardando a janela de transferências.

POR QUE NUNCA JOGARAM NO LYON?

– Essa é uma ótima pergunta para a DNCG. A única razão pela qual estou falando sobre isso é porque continuo esperançoso por mudanças. Continuo sendo aquele cara que quer ver mudanças. Mas se vocês são a DNCG e nós os capacitamos para se preocuparem conosco financeiramente, para nos protegerem de nós mesmos, para garantir que não gastemos muito dinheiro, como vocês nos dizem que não podemos contratar três jogadores que já eram nossos? Eles estavam no nosso sistema. Temos um sistema de gestão financeira compartilhada entre todos os nossos clubes. Já pagamos por eles. Eles já estavam no nosso elenco no Brasil. Então, eles vêm para a França e não estamos sob nenhuma proibição de transferências no momento em que os contratamos. E temos que contratá-los naquele momento porque é o fim da temporada deles. E se você está competindo por Endrick no Real Madrid ou por Estêvão no Chelsea, se você não os contratar na América do Sul durante as janelas de transferência, você não os terá.

– Então nós os contratamos. Podemos pagar por eles. Eles já são nossos. Estamos apenas fazendo a comparação de preços entre os clubes, do bolso direito para o esquerdo. E o que eles dizem? Você não pode escalá-los. Então espere aí. A DNCG deveria se preocupar com o seu dinheiro. Eles não vão deixar você colocar em campo jogadores que você já possui e que claramente pode pagar. E o que isso faz? Isso cria mais risco. Porque e se você quebrar o contrato com um jogador? O que ele pode fazer? O jogador pode quebrar o contrato e agora você perde todo o valor do ativo. Eu pergunto a vocês, tenho quase certeza de que todos sabiam que eles [jogadores do Botafogo] estavam chegando. E quão bom teria sido nosso elenco se tivessem permitido que jogadores que já havíamos contratado, os melhores jogadores que estão surgindo no Brasil, estivessem nesse elenco a partir de janeiro. Vocês viram como Thiago Amada era bom. E se ele estivesse lá com Igor Jesus e Luiz Enrique? Estaríamos na Champions League.

MAIS CRÍTICAS À DNCG

– Se a DNCG era sobre proteger a saúde financeira dos clubes, como vocês podem nos colocar em risco de violar todos esses acordos, de forma que Thiago, Igor e Luiz Enrique poderiam ter quebrado seus contratos e nós teríamos perdido todo o valor dos ativos? Como vocês podem dizer que não podem arcar com os custos de colocá-los no elenco quando o clube já os possui? Eles não queriam esses jogadores no elenco. Outros presidentes também não os queriam no elenco. Me diga por que a DNCG nos diz que não podemos arcar com os custos de jogadores que já possuímos. Por que estou falando agora? Porque existe uma matéria que fala sobre jovens de verdade que assinaram contratos, que realmente queriam jogar pelo Lyon e ajudar o time a vencer, e a DNCG decidiu que não podíamos escalá-los. Isso é legislar sobre futebol. Isso não nos protege financeiramente.

Créditos

You may also like