A Polícia Federal prendeu na manhã desta terça-feira (16) no Rio de Janeiro o desembargador Macário Judice Neto, que é o relator do caso do ex-deputado Thiego Raimundo dos Santos, o TH Joias, preso por ligação com o Comando Vermelho.
A prisão ocorreu no âmbito da Operação Unha e Carne 2, que apura o vazamento de informações sigilosas a integrantes da facção Comando Vermelho. Essa mesma investigação levou à prisão do ex-presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar
A mulher de Macário, Flávia Ferraço Judice, trabalhava no gabinete da diretoria-geral da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) até o início do mês passado.
Além do mandado de prisão preventiva, a PF cumpre hoje também dez mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no Rio de Janeiro e no Espírito Santo.
A ação se insere no contexto da decisão do STF no âmbito do julgamento da ADPF 635/RJ (ADPF das Favelas) que, dentre outras providências, determinou que a Polícia Federal conduzisse investigações sobre a atuação dos principais grupos criminosos violentos em atividade no estado e suas conexões com agentes públicos.
Flávia Judice, mulher do desembargador Macário, foi exonerada do gabinete da diretoria-geral da Alerj a pedido, conforme ato da mesa diretora assinado em 6 de novembro e publicado no Diário Oficial. Em outubro, ela teve um rendimento líquido de R$ 8,2 mil, segundo consta na folha de pagamento.
A Assembleia informa que a solicitação dela foi feita “espontaneamente”.
Thiego Raimundo dos Santos, o TH Joias, foi preso em setembro acusado de ligação com o Comando Vermelho. De acordo com denúncia do MPF encaminhada ao TRF-2, o ex-parlamentar integrava o núcleo político da facção.
O ex-deputado foi alertado da operação pelo presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União Brasil), preso nesta quarta-feira por suspeita de vazar informações sigilosas da ação e obstruir as investigações da Polícia Federal.
