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Flávio Bolsonaro volta a fazer bolsa despencar e dólar subir ao falar em candidatura “irreversível”

by admin

Escrito en ECONOMIA el

A reiteração de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) de que sua candidatura à presidência em 2026 é “irreversível” voltou a derrubar a Bolsa e a pressionar o dólar nesta terça-feira (9). O movimento político do senador, amplificado pela desorganização da direita e pela dependência do bolsonarismo das vontades do ex-presidente preso, reacendeu a aversão ao risco que tomou os mercados desde o primeiro anúncio.

Às 11h33, o Ibovespa caía 1,20%, enquanto o dólar subia 0,77%, a R$ 5,462. A reação ocorre apenas quatro dias após o tombo de 4,31% no índice e a disparada equivalente do dólar, um efeito imediato da confirmação de que Flávio seria o nome escolhido por Jair Bolsonaro para disputar o Planalto.

Direita desorientada

A insistência na candidatura do filho mais velho do ex-presidente expõe a falta de coordenação da direita e acirra disputas internas que o mercado já vinha avaliando como um fator adicional de risco. O lançamento improvisado do senador, seguido por idas e vindas, declarações contraditórias e condicionamentos antidemocráticos, como anistia a golpistas, intensificou a percepção de instabilidade. 

Lideranças do centrão, como Ciro Nogueira (PP) e Antônio Rueda (União Brasil), manifestaram desconforto com o anúncio apressado, vendo na manobra mais um capítulo da fragmentação da direita e da incapacidade do bolsonarismo de construir um projeto minimamente responsável.

Flávio reafirmou sua pré-candidatura logo após visitar o pai na superintendência da Polícia Federal, nesta terça-feira (9). Jair Bolsonaro, condenado e preso em Brasília, teria recebido “feliz” a notícia dos avanços da “campanha” e reforçado que “não vamos voltar atrás”. O ex-presidente também teria indicado nomes e aconselhado o filho na montagem da equipe, evidenciando que a articulação eleitoral da direita permanece submetida às ordens de quem hoje cumpre pena por tentativa de golpe de Estado.

O senador voltou a repetir que só desistiria da disputa caso seu pai estivesse “livre e nas urnas” — condicionamento que inclui a exigência de anistia a envolvidos nos atos golpistas de 6 de janeiro de 2023. O gesto reforçou a disposição da ala bolsonarista de manter pautas antidemocráticas no centro da agenda.

O caos provocado pelo anúncio reacendeu o debate sobre a perda de espaço do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), considerado até então o nome preferido do empresariado. A escolha do senador, visto como mais radicalizado e politicamente frágil, é avaliada como um movimento que enfraquece a própria direita e aumenta as chances de reeleição de Lula, que lidera todas as pesquisas recentes de intenções de voto para 2026. 

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