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Lula diz que Mercosul está ‘cedendo mais’ do que a UE para fechar acordo | Política

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o Mercosul está “cedendo mais” do que a União Europeia para poder concluir, neste ano, o acordo de livre comércio entre os dois blocos. Apesar de reconhecer a situação desigual, Lula cobrou que tanto o presidente da França, Emmanuel Macron, quanto a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, abandonem o “medo” e “assumam a responsabilidade” de referendar o tratado.

“No sábado podemos assinar acordo Mercosul-União Europeia. Estamos cedendo mais que eles no acordo”. afirmou Lula. “A União Europeia está disposta a fazer o acordo, o Mercosul está disposto e surgiu um pequeno problema: o presidente Macron está muito preocupado com os produtores rurais da França. [Os produtores rurais franceses] acham que vão perder competitividade na disputa com o Brasil. Eles não estão querendo fazer o acordo agora porque o povo está meio rebelde na França. […] Espero que Macron e Meloni assumam a responsabilidade de, no sábado, assinar o acordo e não ter medo de perder competitividade”, acrescentou o petista, durante evento no Palácio do Planalto.

Neste sentido, Lula defendeu que o agronegócio de Brasil e França não competem. “Mesmo eu dizendo para ele que o Brasil não compete com os produtos agrícolas da França, [eles estão com medo]. Na verdade, são coisas diferentes, são qualidades diferentes [de produtos rurais] e nós estamos cedendo mais do que eles”, argumentou o chefe do Palácio do Planalto.

Ainda sobre este tema, o presidente brasileiro confirmou que irá à cúpula do Mercosul em Foz do Iguaçu, no fim de semana, com o objetivo de voltar com o acordo entre os blocos assinado. “Eu estou indo para a Foz do Iguaçu fazer uma reunião com a participação da União Europeia. Eu espero que eles tragam a boa notícia de que vão assinar o acordo e que não vão ter medo de perder competitividade com o povo brasileiro”, disse.

A crítica de Lula tem como pano de fundo o fato de que o Conselho Europeu decidiu, nesta semana, aprovar uma série de novas salvaguardas para o acordo de livre comércio. A princípio, de acordo com fontes do Valor, as mudanças não afetam a assinatura do documento final, previsto para o dia 20 deste mês.

Ainda assim, segundo interlocutores do governo petista, as alterações no texto não agradaram ao Brasil, já que estão sendo impostas unilateralmente, ou seja, não foram negociadas com os países da América do Sul.

Na prática, as novas salvaguardas definem que pode haver suspensão temporária de preferências tarifárias sobre as importações agrícolas dos países do Mercosul caso essas mesmas importações prejudiquem os produtores da UE.

Por fim, o chefe do Palácio do Planalto voltou a lembrar que o seu governo conseguiu retomar “aos poucos” as conversas com o governo de Donald Trump, dos Estados Unidos. Sobre isso, Lula deu a entender que gostaria que as autoridades americanas entreguem brasileiros ligados ao crime organizado que estão sendo abrigados no território americano.

“Estamos retomando aos poucos a conversa com Trump. Falei a Trump que queria que os EUA entregassem para nós os caras do crime organizado que estão em Miami”.

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva — Foto: Adriano Machado/Reuters

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