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Em uma plenária promovida pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região na noite desta quarta-feira (12), com a presença de cerca de 300 pessoas, os trabalhadores do grupo Nubank se mostraram indignados com as mudanças no regime de trabalho e manifestaram disposição para a luta, ao lado do Sindicato, contra o fim do modelo atual de trabalho remoto e pela reintegração dos colegas demitidos por criticarem a mudança imposta pela empresa.
O Nubank anunciou, no dia 6 de novembro, a adoção de um novo modelo de trabalho híbrido. O plano prevê dois dias presenciais por semana a partir de 1º de julho de 2026 e três dias a partir de 1º de janeiro de 2027. A mudança atinge cerca de 70% do quadro de pessoal e será significativa em relação ao atual formato, que exige uma semana de trabalho presencial por trimestre. Foi marcada uma reunião entre o Sindicato e o Nubank, para discutir o modelo de trabalho e a suspensão das demissões no dia 19/11.
Os relatos dos trabalhadores foram unânimes quanto a insatisfação com a mudança de regime de trabalho, levantando pontos como, por exemplo, o fato de muitos terem ido para o Nubank com a promessa de trabalho remoto; a necessidade de mudança para locais com escritórios da empresa, em especial São Paulo, quando já construíram a vida familiar e financeira em outras cidades, inclusive com financiamento de imóveis; e o impacto para trabalhadores responsáveis pelo cuidado de filhos, pais e outros familiares, muitas vezes pessoas com deficiência e neurodivergentes.
Outro ponto abordado foi a forma como a mudança foi comunicada pelo Nubank, sem que fosse apresentada aos trabalhadores qualquer justificativa amparada em dados para a mudança de regime de trabalho.
Os trabalhadores também relataram falta de transparência quanto às consequências para os contratados no regime remoto que eventualmente se recusarem a assinar aditivo contratual para a mudança de modelo. De acordo com os relatos, o Nubank passou a “mensagem” de que “ou aceita, ou será demitido”.
“O Sindicato não vai aceitar retaliação por conta de manifestações dos trabalhadores pelo descontentamento com o fim do modelo 100% home office. É uma mudança grave, que precisa de diálogo. Os trabalhadores têm que ser ouvidos. Esperamos que, a partir de agora, o Nubank esteja disposto a ouvir as reivindicações que serão apresentadas nas mesas de negociação”, afirmou Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região.
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