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O episódio envolvendo o líder do governo do Senado, Jaques Wagner (PT-BA), durante a votação do PL da Dosimetria na Comissão de Constituição e Justiça da Casa, nesta quarta-feira (17), comprometeu sua permanência no cargo.
Segundo a jornalista Daniela Lima, do Uol, uma rotação dos líderes de partidos, governo e oposição no Congresso Nacional já era esperada para 2026 e Wagner deve ser trocado.
Ela lembra que o senador não tem mais uma boa relação com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e, nesta quarta, sua condução irritou uma importante aliado do Planalto, o senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Da tribuna Casa, Renan disse que Wagner estava, “às vésperas do Natal, querendo servir um peru aos golpistas”. Antes, na CCJ, o parlamentar alagoano afirmou que o petista havia pedido a ele que deixasse avançar a votação do PL da Dosimetria, ressaltando que o pedido não havia partido formalmente do governo como instituição, mas diretamente do líder.
“Não é o governo. Quem falou comigo foi o líder do governo”, disse Renan ao jornal O Globo. “O líder [Jaques Wagner] foi me pedir para deixar votar, em troca da votação das desonerações.”
Wagner fez o que chamou de “acordo de procedimento” na tramitação da matéria na Casa. “Eu não fiz nenhum acordo de mérito, eu continuo contra, acho um absurdo o projeto. A única diferença é que você poderia empurrar com a barriga para fevereiro ou votar hoje, não muda absolutamente nada”, disse ele, após sair da reunião da Comissão de Constituição e Justiça da Casa, que aprovou o texto e o encaminhou para votação em plenário.
Reação de Gleisi
Em uma postagem publicada no seu perfil no X (ex-Twitter), a ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, qualificou como “erro lamentável” a condução da liderança do governo no Senado, a cargo de Jaques Wagner (PT-BA), durante a votação do PL da Dosimetria, aprovado na noite desta quarta-feira (17).
“A redução das penas de Jair Bolsonaro e demais golpistas, aprovada agora à noite no Senado, é um desrespeito à decisão do STF e um grave retrocesso na legislação que protege a democracia”, postou Gleisi. “A condução desse tema pela liderança do governo no Senado na CCJ foi um erro lamentável, contrariando a orientação do governo que desde o início foi contrária à proposta. O presidente Lula vetará esse projeto.”
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