A vereadora Gigi Castilho (Republicanos) é alvo de uma operação da Polícia Civil que investiga uma organização criminosa suspeita de desviar verbas públicas destinadas a creches na Zona Oeste do Rio. Na manhã desta terça-feira, agentes foram até a casa da parlamentar, em Nova Sepetiba. O marido e a filha dela também são investigados.
Eleita em 2024 para seu primeiro mandato pelo Republicanos, Gigi Castilho é formada em pedagogia e obteve 13.492 votos, o equivalente a 0,44% dos votos válidos na cidade.
Na segunda-feira, Gigi Castilho publicou stories em seu perfil no Instagram acompanhando uma obra de recapeamento da Rua Heitor Costa, em Paciência, na Zona Oeste do Rio.
“Podem contar comigo, e podem contar com o meu mandato”, afirmou a vereadora em um dos registros.
Um esquema de desvio de verbas públicas destinadas a creches na Zona Oeste do Rio é alvo de uma operação da Polícia Civil nesta terça-feira. De acordo com as investigações, a organização criminosa criou empresas fantasmas para emitir notas fiscais superfaturadas e justificar repasses da Prefeitura do Rio a sete creches conveniadas na região.
Entre os alvos dos 29 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça está a vereadora Gigi Castilho (Republicanos). Segundo a Polícia Civil, o grupo abria empresas de fachada em nome de laranjas, usadas por representantes das instituições conveniadas. As firmas simulavam a prestação de serviços e o fornecimento de produtos que nunca eram entregues. As notas fiscais falsas serviam para comprovar despesas e permitir o repasse de recursos públicos à organização.
A ação é conduzida pela Delegacia de Defraudações (DDEF) e tem como objetivo recolher documentos, computadores, celulares, mídias eletrônicas e materiais contábeis que ajudem a aprofundar a análise financeira do esquema.
Um dos endereços alvo é a casa de Gigi Castilho, em Sepetiba. De acordo com o Bom Dia Rio, da TV Globo, o imóvel estava vazio e com o portão destrancado no momento da chegada dos agentes, que seguem fazendo buscas no local. Ao todo, há mandados contra 15 empresas e 14 pessoas.
As investigações apontam que uma das creches conveniadas recebeu cerca de R$ 9 milhões em apenas seis meses. Nesse período, foram registrados 816 saques em espécie, somando aproximadamente R$ 1,5 milhão — movimentação considerada “totalmente incompatível com o perfil e a natureza de uma instituição educacional conveniada”, segundo a Polícia Civil.
As apurações continuam para identificar todos os beneficiários e responsáveis pelas movimentações irregulares, além de possíveis servidores públicos envolvidos na execução das fraudes.
