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Presidente Lula participa da Cúpula de Líderes do G20 na África do Sul — Planalto

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai participar da Cúpula de Líderes do G20, que será realizada nos dias 22 e 23 de novembro, em Joanesburgo, na África do Sul. O encontro marca o principal momento da presidência sul-africana do grupo, que se encerra no fim do mês. Sede da Cúpula em 2024, o Brasil tem participação destacada também nesta edição, por integrar a “troika” – formada pelos países que ocuparam, ocupam e ocuparão a presidência rotativa do G20 – ao lado da África do Sul e do próximo país a assumir o comando do fórum. 

De acordo com o secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Philip Fox-Drummond Gough, o encontro ocorre em um contexto de negociações intensas. “Estamos preparando o texto da declaração do grupo que vai ser adotada no final de semana”, explicou durante briefing no Palácio do Itamaraty.

O G20 tem grande capacidade de diferenciar a agenda de outros organismos internacionais e mobilizar o setor privado e a sociedade civil. Muitas das referências que você colocar nos textos das declarações do G20 servirão de referência também para outros processos econômicos comerciais”Embaixador Philip Fox-Drummond Gough, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores

Criado em 1999, após a crise financeira asiática, o G20 se tornou uma Cúpula de Chefes de Estado e de Governo em 2008. Atualmente, representa mais de 80% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, 75% do comércio internacional e 60% da população do planeta. Para o embaixador, o fórum tem peso estratégico para orientar agendas internacionais.

“O G20 tem grande capacidade de diferenciar a agenda de outros organismos internacionais e mobilizar o setor privado e a sociedade civil. Muitas das referências que você colocar nos textos das declarações do G20 servirão de referência também para outros processos econômicos comerciais”, destacou.

As discussões do G20 se dividem em duas linhas. A primeira, chamada trilha Sherpa, coordenada no Brasil pelo Ministério das Relações Exteriores, reúne cerca de 15 grupos temáticos e envolve diversas áreas de governo. A segunda é a trilha Financeira, sob responsabilidade do Ministério da Fazenda e do Banco Central, no caso do Brasil, com oito grupos de trabalho focados em temas econômicos e monetários. 

PRIORIDADES — Desde dezembro de 2024, a África do Sul conduz os trabalhos do G20 sob o lema “Solidariedade, Igualdade e Sustentabilidade”, com quatro prioridades:

  • Fortalecimento da resiliência e capacidade de resposta a desastres

  • Sustentabilidade da dívida pública de países de baixa renda

  • Financiamento para a transição energética justa

  • Minerais críticos como motores de desenvolvimento e crescimento econômico 

AGENDA — O embaixador Philip explicou que a Cúpula será organizada em três sessões temáticas. No sábado de manhã, dia 22, os líderes discutem crescimento econômico sustentável, abordam o financiamento ao desenvolvimento, comércio e dívidas públicas. À tarde, será a vez da sessão “Mundo Resiliente”, dedicada à mudança do clima, redução de riscos de desastres, segurança alimentar e transição energética. No domingo, dia 23, a reunião terá como tema “Futuro Justo e Equitativo para Todos”, focando minerais críticos, trabalho decente e inteligência artificial. À margem da cúpula, o presidente Lula também deve manter encontros bilaterais com chefes de Estado e autoridades presentes. 

RESULTADOS ESPERADOS — Conforme explicou Gough, a principal entrega do encontro será a Declaração de Líderes, atualmente em negociação. Entre os avanços já consolidados ao longo da presidência sul-africana, o embaixador destacou o pioneirismo no tema dos minerais estratégicos. “É a primeira vez que o G20 consegue um documento sobre minerais críticos, reforçando a ideia de que os países devem buscar o beneficiamento de minerais na origem”, afirmou. 

Outras conquistas incluem a declaração dos ministros de Finanças sobre sustentabilidade da dívida; princípios para ampliação de investimentos em redução de riscos de desastres; e um relatório sobre melhorias nos métodos de funcionamento do G20, encerrando o primeiro ciclo completo de presidências pelos países do grupo. 

Segundo o embaixador, a África do Sul também manteve uma prática iniciada pelo Brasil: reuniões inclusivas durante a semana de alto nível da Organização das Nações Unidas (ONU), para países não membros. “Os sul-africanos mantiveram a prática de fazer reunião inclusiva dentro da ONU em setembro, de maneira que países que não participam possam se fazer ouvir”, disse.

COMÉRCIO MUNDIAL – Os membros do G20 conduzem um comércio intenso entre si. Estados Unidos, China e União Europeia são as regiões com as quais a maior parte dos membros do G20 mantêm relações intensas. Os representantes do grupo são responsáveis por uma parcela significativa do comércio mundial: aproximadamente 80%, tanto das exportações quanto das importações de bens e serviços. Os países do G20 desempenham um papel fundamental nas redes globais de comércio. Eles não apenas são grandes exportadores e importadores, mas são destinos frequentes de exportações uns dos outros. Em 2005, o total exportado pelo G20 foi de US$ 8,2 trilhões. Já em 2021, o total exportado por esse grupo de países chegou a US$ 17 trilhões, crescimento de 107%.

PAUTA DE EXPORTAÇÃO – Entre os principais produtos comercializados pelos membros do G20 estão manufaturas, como veículos automotivos, eletrônicos e maquinaria industrial; produtos agrícolas, como cereais, carne e frutas; e commodities, como petróleo, gás natural, minérios e metais. O Brasil exporta aeronaves, petróleo e materiais relacionados, ferro, aço, minérios metálicos e produtos diversos do agronegócio.



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