O Athletico foi punido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) com multa de R$ 15 mil e a perda de um mando de campo a ser cumprido na primeira partida do clube na Arena da Baixada pela Série A do Brasileirão 2026. O Furacão tinha sido denunciado por uma briga generalizada entre os próprios torcedores no fim do clássico contra o Coritiba, em jogo válido pela 33ª rodada da Série B e realizado no estádio Couto Pereira.
Com a punição determinada pela 6ª Comissão Disciplinar do STJD, o Athletico só poderá ter mulheres, crianças e idosos na torcida no duelo diante do Corinthians, pela 2ª rodada do Brasileirão. O confronto está previsto para o dia 4 (quarta-feira) ou 5 (quinta) de fevereiro, na Arena, em Curitiba. O clube vai recorrer da decisão, mas isso só deve ser analisado novamente no início de 2026 devido ao recesso do judiciário.
Na reta final da partida, dezenas de torcedores do Athletico começaram a brigar entre si, trocando socos e pontapés. Vídeos registraram um homem sendo alvo de diversos chutes, sendo que a confusão durou minutos, mesmo com a bola rolando, e terminou com a chegada da Polícia Militar (PM) no local. Apesar da confusão, ninguém foi detido.
Em nota, o clube se manifestou nas redes sociais sobre a condenação e afirmou que vai tentar reverter a decisão. “O clube recorrerá da decisão ao Pleno do STJD. Caso a perda de mando de campo seja mantida, a punição deverá ser cumprida no primeiro jogo como mandante válido pelo Campeonato Brasileiro de 2026”, diz o Athletico.
Coritiba também é punido por arremessos de objetos
O Coritiba e o Athletico também foram punidos com uma multa de R$ 1.600 para cada, pelo atraso efetivo de dois minutos no reinício do segundo tempo. Já o Furacão também recebeu outra multa de R$ 800 por atraso da contagem regressiva da arbitragem.
O Alviverde também foi condenado por arremessos de objetos da torcida coxa-branca. Segundo a súmula do árbitro Anderson Daronco, foram arremessados quatro objetos: uma pedra de gelo, um isqueiro, um cigarro eletrônico e um copo com líquido não identificado. Com isso, o STJD determinou multa de R$ 10 mil pela infração ao artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD).
“A medida que é pedagógica”, diz presidente da comissão
A denúncia apontava a participação da PM para cessar com a briga entre os rubro-negros nas arquibancadas do Couto Pereira, absolvendo o Coritiba do caso. Contudo, a relatora do caso na 6ª Comissão Disciplinar do STJD defendeu, inicialmente, apenas uma multa de R$ 5 mil ao Athletico.
“Considerando que a confusão ocorreu exclusivamente no setor da torcida do Athletico, entendo que resta devidamente configurada a responsabilidade da entidade visitante pela desordem praticada pela sua torcida. Quanto à dosimetria, considerando os valores praticados na Série B, entendo por razoável a pena de R$ 5 mil”, declarou Aline Gonçalves Jatahy.
Contudo, o auditor Eduardo Ramos discordou da dosimetria e ressaltou que ficou surpreso com a gravidade da violência da briga. A partir disso, o debate foi feito entre os auditores.
“Confesso que fiquei assustado quando vi os vídeos. Há um torcedor caído no chão e ele leva pelo menos uns quatro ou cinco chutes na cabeça. Poderíamos estar analisando um fato que resultou em um óbito. A desordem foi de extrema gravidade e as provas de vídeo são irrefutáveis nesse aspecto. (…) ainda trago ao debate até para ponderemos da aplicação do parágrafo primeiro, que determina a perda do mando de campo. Não firmo esse convencimento por ora, mas deixo essa hipótese”, apontou Ramos.
A partir disso, o auditor Carlos Eduardo Cardoso divergiu com o valor da multa para R$ 15 mil ao Athletico, sendo acompanhado também pelo auditor Rodrigo Steinmann Bayer, presidente do julgamento.
“A aplicação de multa, por si só, não é pedagógica aos agentes que precisam receber essa demanda pedagógica, que são os torcedores. Os torcedores não percebem a multa que o clube recebe. A medida que é pedagógica para ações de elevada gravidade é a perda de mando de campo“, apontou o presidente da comissão.
Bayer apontou que a pena de portões fechados é mais pedagógica. Além disso, na visão dele, o Athletico poderia levar o jogo para Londrina, por exemplo, e ter o estádio cheio.
“Sei que ajudaria bastante o Athletico, que volta para a Série A, e que a bilheteria é importante para o clube também. Estou decretando então a perda de um mando de campo com portões fechados, mas aberto à possibilidade de permitir a entrada de mulheres e crianças, que alcança o desiderato já que a briga foi realizada apenas por homens. Isso dá para ver claramente no vídeo”, concluiu o auditor, que foi acompanhado pelos demais.
