O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), citou, nesta sexta-feira (19), a estadia do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Embaixada da Hungria ao negar sua ida para prisão domiciliar.
Bolsonaro está detido na Superintendência da PF (Polícia Federal) em Brasília desde o último mês. Primeiro, esteve em prisão preventiva após danificar sua tornozeleira eletrônica. Depois, passou a cumprir sua pena de 27 anos e três meses de reclusão na condenação por liderar um plano de golpe de Estado.
“Também entre os dias 12/2/2024 e 14/2/2024, sem qualquer justificativa plausível, durante as investigações que acarretaram em sua posterior condenação, JAIR MESSIAS BOLSONARO, subitamente, passou 2 (dois) dias na Embaixada da Hungria”, disse Moraes em seu despacho.
Na ocasião, Bolsonaro passou duas noites na embaixada em Brasília logo após a PF apreender seu passaporte, na investigação que apurava a trama golpista.
Vídeos das câmeras de segurança da embaixada, os quais a reportagem do jornal norte-americano The New York Times teve acesso na época, mostram Bolsonaro acompanhado de dois seguranças sendo recebido pelo embaixador húngaro, Miklós Halmai.
Ainda foi citado por Moraes uma possível intenção do ex-presidente de ir para a Argentina.
“Saliente-se, ainda, que anteriormente a esse acontecimento, foi encontrada documentação que demonstrou a intenção de JAIR MESSIAS BOLSONARO em evadir-se para a Argentina.”
Relatório da PF divulgado em agosto mostrou que Bolsonaro preparou um pedido de asilo no país sul-americano.
O documento foi encontrado no celular do ex-presidente e foi criado pela nora de Bolsonaro. Segundo os investigadores, a última modificação do documento ocorreu em 12 de fevereiro de 2024.
Em 33 páginas, o pedido é direcionado ao presidente da Argentina, Javier Milei. Conforme a PF, o ex-chefe do Executivo alegava sofrer perseguição política como justificativa para o asilo.
*Publicado por Douglas Porto
