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Na contramão do que pregou Derrite, novo chefe da Segurança em SP defende uso de câmera corporal em policiais

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Recém-nomeado para comandar a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), Osvaldo Nico Gonçalves assume o cargo sinalizando uma inflexão no discurso adotado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e por seu antecessor, o deputado federal Guilherme Derrite (PL).

Delegado de carreira e primeiro policial civil a chefiar a pasta, Nico se apresenta como defensor do uso de câmeras corporais por policiais militares, política que vinha sendo relativizada pelo Palácio dos Bandeirantes nos últimos anos.

A posição do novo secretário ganhou peso logo nos primeiros dias de gestão, após a prisão de três policiais militares acusados de executar um homem já rendido durante uma ocorrência de roubo a residência. O caso só avançou porque as imagens registradas pelas câmeras corporais foram analisadas e irregularidades na conduta dos agentes foram identificadas.

Diferentemente da retórica predominante no governo paulista, Nico afirmou, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, ver os equipamentos como instrumento de proteção institucional e individual. “Eu sou a favor da câmera. Isso protege o bom policial. Em todo lugar do mundo, todo policial anda com câmera”, declarou. Segundo ele, a gravação contínua reduz abusos, inibe conflitos e dá respaldo ao agente que atua dentro da legalidade.

Atualmente, a Polícia Militar de São Paulo conta com cerca de 15 mil câmeras corporais em uso ou recém-adquiridas, diante de um efetivo aproximado de 80 mil policiais. Para Nico, o número ainda é insuficiente. “Vou ampliar mais”, afirmou, defendendo a expansão do programa para alcançar um contingente maior da tropa.

O secretário também rebateu a narrativa, recorrente entre setores da corporação, de que os equipamentos atrapalham o trabalho policial. Segundo ele, eventuais tentativas de desligar ou obstruir as câmeras não refletem a orientação da pasta. “Não é essa a orientação. A Corregedoria tem acesso para ligar a câmera na hora que for.”

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