O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, neste sábado (20), sem citar diretamente os Estados Unidos, que a intervenção armada na Venezuela seria uma catástrofe humanitária e precedente perigoso ao mundo. “Os limites do direito internacional estão sendo testados. Uma intervenção armada na Venezuela seria uma catástrofe humanitária para o hemisfério e um precedente perigoso para o mundo”, disse ele, durante discurso na cúpula do Mercosul, em Foz do Iguaçu (PR).
O petista afirmou ainda, que o continente sul-americano voltou a ser assombrado pela presença militar de uma potência extrarregional, fazendo referência aos Estados Unidos sem uma citação direta.
Segundo o Lula, o que convém aos países do Mercosul é construir uma América do Sul próspera e pacífica. Além disso, ressaltou que a integração entre os países não é uma ameaça à soberania, mas, sim, a guerra, as forças antidemocráticas e o crime organizado.
Após um longo tempo rompidos, os presidentes do Brasil, Lula da Silva, e da Venezuela, Nicolás Maduro, quebraram o período de silêncio e voltaram a conversar diretamente na semana passada. A conversa aconteceu por meio de um telefonema negociado, em comum acordo, entre as diplomacias dos dois países.
De acordo com o governo petista, a pauta da ligação foi ‘a paz na região do Caribe”. O motivo é que, nos últimos meses, há uma ameaça de possível conflito bélico entre os governos de Maduro e Donald Trump.
A tensão entre americanos e venezuelanos começou depois que Trump passou a acusar Maduro de ter ligações com narcotraficantes que estariam abastecendo o mercado de drogas ilícitas no território estadunidense. A partir disso, os EUA decidiram direcionar militares para a região do mar do Caribe, o que elevou o clima hostil na região.
