CIO da Unilever Brasil
Como líder de tecnologia da Unilever Brasil e América Latina, ela é parte fundamental da transformação digital de uma das maiores empresas de bens de consumo do mundo. Sua trajetória é marcada por uma visão estratégica que une inovação, eficiência e impacto social – pilares que guiam sua atuação em um setor cada vez mais orientado por dados, inteligência artificial e sustentabilidade.
“O papel do CIO é o de um líder estratégico, que influencia decisões, antecipa tendências e cocria soluções com impacto direto no negócio”, afirma.
Para ela, a tecnologia deixou de ser suporte e passou a ser protagonista da transformação empresarial. Na Unilever, isso significa atuar como integradora entre áreas, traduzindo do técnico para o estratégico e promovendo ambientes colaborativos e seguros para inovar com consistência.
Antes de chegar à Unilever, Claudia passou por empresas como Unibanco, Gol e Avon, onde atuou por 16 anos, sendo os últimos como CIO Brasil. Em 2021, assumiu o desafio de liderar a área de TI da Unilever na região com a missão de impulsionar a digitalização da companhia. Desde então, tem estruturado times multidisciplinares e acelerado projetos que conectam tecnologia ao crescimento sustentável do negócio.
Sob sua liderança, a Unilever tem intensificado o uso de dados e inteligência artificial para aprimorar a experiência do consumidor, otimizar a cadeia de suprimentos e fortalecer parcerias com o varejo.
“Estamos utilizando insights para nos conectar com mais precisão a comunidades relevantes, aplicando soluções de gestão de receita e vendas, e automatizando processos logísticos com foco na excelência do serviço ao cliente”, explica.
Claudia também é uma voz ativa na discussão sobre o uso ético da IA.
“A inteligência artificial precisa ser uma ferramenta de ampliação da inteligência, não apenas um substituto mecânico. É preciso ter consciência e coerência para alimentá-la a nosso favor, sem o impacto dos vieses e com respeito e empatia”, afirma.
Além da atuação técnica, a executiva defende a importância da diversidade e da liderança feminina no setor de tecnologia. Coautora de livros sobre mulheres em TI, ela acredita que a curiosidade e a persistência são essenciais para crescer na área.
“Todos os dias me pergunto: ‘O que eu vou aprender hoje?’”
Para ela, o Brasil tem atributos únicos – criatividade, flexibilidade e resiliência –, que, quando usados com “coragem e propósito”, colocam o país em posição de protagonismo na agenda global de inovação.
“A tecnologia deixou de ser coadjuvante e tornou-se protagonista dos negócios.”
Acessibilidade
Claudia Meira, CIO da Unilever para a América Latina, reforça, no segundo episódio da série especial Forbes Melhores CIOs, que a tecnologia na companhia é um pilar estratégico fundamental para garantir eficiência e agilidade em toda a cadeia de valor. Ela explica que a Unilever, presente em 100% dos lares brasileiros, utiliza o Brasil como um de seus três hubs globais de tecnologia, ao lado da Índia e do Reino Unido. Esse hub local permite que talentos brasileiros cocriem soluções com um mindset global, escalando inovações para outros mercados e respondendo rapidamente a demandas específicas, como a complexa reforma tributária do país.
Um dos exemplos de maior impacto mencionados por Claudia é a aplicação de Inteligência Artificial na fábrica de Indaiatuba, a maior unidade de detergente em pó da Unilever no mundo. Através de automações e IA, a unidade — certificada como “Lighthouse” pelo Fórum Econômico Mundial — consegue acelerar processos de decisão e realizar manutenções preventivas, eliminando testes manuais exaustivos. Essa abordagem de Indústria 4.0 não apenas otimiza a produtividade, mas também foca na sustentabilidade e na redução do impacto ambiental.
A executiva destaca que a agenda de Inteligência Artificial Generativa é prioridade absoluta, com foco em casos de uso que gerem valor real ao negócio, como marketing personalizado e automação de supply chain. Claudia salienta a importância da governança e dos “guard-rails” de segurança, garantindo que a inovação seja implementada de forma responsável. Além disso, ela enfatiza o investimento massivo em treinamento, tendo a companhia já capacitado mais de 23 mil colaboradores globalmente para que a inteligência humana trabalhe em sinergia com a máquina.
Por fim, Claudia Meira discute o papel do CIO como um diplomata e integrador de demandas, ressaltando que hoje a tecnologia não pode ser pensada separada do negócio. Ela defende que o sucesso organizacional depende da capacidade de priorizar as “Big Bets” (grandes apostas) e de manter uma liderança empática para gerir as transformações culturais. Para o futuro, sua visão é de uma tecnologia cada vez mais voltada para o bem comum, gerando produtividade consciente e transformando a vida das pessoas de forma positiva e ética.
