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O Partido Missão (Missão) fez uma representação junto à Procuradoria-Geral da República (PGR), neste sábado (20/12), contra uma peça publicitária veiculada pelo governo federal. Segundo o partido, a propaganda sexualiza e expõe adolescentes e faz apologia ao narcotráfico.
Segundo o partido, a propaganda sexualiza e expõe adolescentes e faz apologia ao narcotráfico./ Foto: Reprodução
“A propaganda visa exaltar uma hipotética leveza e festividade do povo brasileiro. Na prática, porém, é exibida uma cena de baile funk (música tradicionalmente ligada ao narcotráfico e promovida por narcotraficantes). Nas imagens, vê-se meninas adolescentes dançando de forma erotizada”, diz um trecho do documento apresentado pela sigla.
O presidente do Missão, Renan Santos, ainda alega que: “Percebe-se, portanto, que, na ânsia de garantir a reeleição do presidente da República, os setores de propaganda do governo violaram toda a ordem jurídica brasileira, atentando de forma grave contra os direitos humanos”.
A sigla pede a retirada imediata do material das redes sociais do governo. “Ante o exposto, pede-se que o MPF aja imediatamente, de forma cautelar, para retirar tal publicidade institucional. Pede-se também que seja ajuizada ação civil pública em face da União e ação penal em face dos responsáveis pela propaganda”.
O Metrópoles checou que a propaganda foi excluída das contas do governo federal neste sábado (20/12). Ela havia sido publicada na sexta-feira (19/12) pela Secretaria de Comunicação do Executivo Federal, na rede social X.
Polêmicas morais
Renan tem histórico de conflitos em temas morais. Em setembro de 2021, um vídeo de 2018 do MBL repercutiu nas redes sociais por uma fala a amigos dele que, caso eles fossem impedidos de entrar em um bar, eles iriam “estuprar” uma colega.
A jovem citada no vídeo, Bárbara Tonelli, então militante do MBL, saiu em defesa da fala de Renan. Bárbara disse que as palavras ditas por ele na ocasião, no vídeo, não passaram de uma “brincadeira entre amigos”.
No mesmo dia em que o vídeo começou a ganhar grandes proporções, a então ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, disse que iria apresentar, junto ao Ministério Público, uma denúncia ao homem por suposta apologia ao estupro.
No Instagram, a ex-chefe da pasta disse que solicitaria uma apuração sobre o caso: “Já pedi atuação da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos”, disse.
Outro episódio polêmico envolvendo Renan foi quando saiu em defesa do ex-deputado Arthur do Val por ter dito, em áudio revelado pelo Metrópoles, que as mulheres ucranianas são “fáceis, porque são pobres”.
Em outro trecho da gravação, o ex-parlamentar baixa ainda mais o nível e diz ter encontrado garota que, “se ela cagar, você limpa o c* dela com a língua”. O episódio resultou na cassação de Arthur em 2022.
Arthur e Renan haviam viajado para a Ucrânia a pretexto de levar doações ao país atacado pela Rússia.
Nas afirmações, Arthur afirma que Renan tinha “técnicas” de como “pegar” mulheres do leste europeu.
“O Renan faz uma viagem todo ano, não fez nos últimos três anos. Ele chama tour de blond. Só para pegar loira”, disse Arthur do Val, emendando: “Você tem que ir para essas cidades normais, porque aí você pega essas minas assim. Não pega na balada, na praia. Você pega ela no mercado, na padaria. E essas cidades mais pobres são as melhores”.
