Segundo The New York Times, embarcação levava bandeira do Panamá e transportava petróleo venezuelano. “Vamos encontrar e parar vocês”, diz secretária de Trump.Os Estados Unidos interceptaram neste sábado (20/12) o segundo navio petroleiro em águas internacionais do Mar do Caribe, diante da costa da Venezuela. A informação foi confirmada pelo Departamento de Segurança Interna americano, depois de ser reportada pela imprensa.
Este é mais um episódio na escalada da pressão americana sobre o governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro. Na semana passada, um primeiro petroleiro já havia sido apreendido, após partir do país sul-americano, e teve o petróleo bruto confiscado.
O jornal The New York Times, citando um funcionário norte-americano anônimo e duas pessoas ligadas à indústria petrolífera venezuelana, reportou que o navio levava a bandeira do Panamá e transportava petróleo venezuelano.
“Vamos parar vocês”
“Os Estados Unidos continuarão a perseguir o movimento ilícito de petróleo embargado que é usado para financiar o narcoterrorismo na região. Nós vamos encontrar e parar vocês,” disse, numa rede social, a secretária de Segurança Interna de Trump, Kristi Noem. Até o momento, o presidente não se pronunciou sobre a operação.
A secretária não divulgou nenhuma informação que identificasse o petroleiro, e não ficou imediatamente claro se o navio interceptado estava sujeito às sanções dos EUA.
Trump recentemente ordenou um bloqueio total à entrada e saída do país de navios transportando petróleo bruto da Venezuela, mas não do Irã ou da Rússia.
“Lembrem-se de que eles nos tiraram todos os nossos direitos energéticos. Tiraram todo o nosso petróleo não faz tanto tempo. Nós o queremos de volta. Eles o tiraram de nós ilegalmente”, declarou na última quarta-feira o presidente.
Por sua vez, a Venezuela disse neste sábado ter recebido uma oferta de cooperação do Irã “em todos os âmbitos” para enfrentar “a pirataria e o terrorismo internacional” dos Estados Unidos no Caribe.
Impactos sobre o mercado
A Venezuela nacionalizou sua indústria petrolífera na década de 1970. Mais tarde, sob o antecessor de Maduro, Hugo Chávez, as empresas foram obrigadas a ceder o controle majoritário à estatal venezuelana PDVSA.
Desde a primeira apreensão, as exportações de petróleo bruto venezuelano caíram drasticamente. Algumas empresas, principalmente a Chevron dos EUA, transportam petróleo venezuelano em seus próprios navios autorizados.
A China é o maior comprador de petróleo venezuelano, que representa cerca de 4% de suas importações. Os embarques em dezembro estão a caminho de atingir uma média de mais de 600 mil barris por dia, segundo analistas.
Por enquanto, o mercado de petróleo está bem abastecido e há milhões de barris de petróleo em navios-tanque na costa da China aguardando para serem descarregados.
Se o embargo permanecer em vigor, a perda de quase um milhão de barris por dia de fornecimento de petróleo bruto provavelmente elevará os preços do petróleo.
Estima-se que a Venezuela tenha reservas de petróleo de cerca de 303 bilhões de barris, segundo a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), mais do que qualquer outra nação.
ht (EFE, AFP, Reuters)
