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O que guia a nova fase de Ricardo Nunes, ex-dono da Ricardo Eletro

by admin

Após deixar a Ricardo Eletro, Ricardo Nunes, 55 anos, fundou o Grupo R1 – “uma plataforma de educação empreendedora que reúne mentorias, imersões e comunidades de alto nível, conectando empresários em torno de um objetivo comum: elevar o padrão da liderança empresarial”. Nela, Ricardo compartilha aquilo que aprendeu na prática, nas vitórias, e nos desafios – esses que marcaram a trajetória do mineiro. 

Em 2020, o empresário foi preso, e solto um dia depois, em uma operação que investigava sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. A rede varejista que fundou sonegou cerca de 400 milhões de reais ao longo de quase dez anos. Oficialmente, Ricardo já tinha deixado a presidência antes, em 2018, e também não fazia mais parte do quadro de acionistas desde 2019. No início de 2023, o ex-proprietário confessou a prática da sonegação fiscal e firmou acordo de não persecução penal. Ele pagou cerca de 5 milhões de reais para ter extinta a punibilidade em relação aos crimes tributários. Em conversa com a coluna GENTE, Ricardo fala sobre os desafios na nova fase e os valores que carrega desde a primeira lojinha em Divinópolis (MG). 

Depois de construir um dos maiores varejistas do país, como foi deixar a Ricardo Eletro para começar uma nova fase? Comecei minha vida muito cedo, apenas uma loja de 20 metros quadrados em Divinópolis. Essa empresa virou uma, virou duas, crescemos, chegamos a 1.100 por todo o Brasil. Em 2017 buscamos um grande fundo e, no final, tomamos a decisão de vender a empresa. Imagina, um cara que trabalhava 40 horas por dia, falo porque multiplicava minhas horas, a minha vida foi dedicada a essa empresa. Depois que vendemos, infelizmente, a empresa acabou não indo bem e hoje tem suas dificuldades, depois de três, quatro anos que eu saí. 

O Grupo R1 nasceu com a proposta de formar líderes de alto nível. É difícil empreender no Brasil? Sim. Se você pegar esse fato: tudo em um momento pode, dois meses depois não pode. O que significa empreender no país? A insegurança jurídica. Isso é sério. É isso que faz com que os empresários não saibam o que fazer. Criei a empresa de educação empresarial para levar todo esse conhecimento verdadeiro, de acertos e erros, que a gente comete como empresário. O meu objetivo é levar o conhecimento, mais do que somente o retorno financeiro.

Que tendências devem guiar o comportamento dos líderes empresariais nos próximos anos? O empresário tem que se concentrar nas coisas da empresa dele. Tem muitos problemas, mas tem deficiência interna nas empresas. Tem que parar de reclamar do país e trabalhar. Passei por todos os governos, sobrevivi, ganhei dinheiro. Então, tem que pensar que ele tem que focar nas suas deficiências, de gestão, de comunicação, de imagem, de venda. Levo para eles e prego os três pilares da minha vida: Deus, família e empresa.

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Você foi alvo de acusações de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro que recaiam sobre você. O que tem a dizer sobre isso? A única coisa é fazer uma reflexão. Realmente uma empresa, com 45.000 colaboradores, faturando 12 bilhões por ano, 1.100 lojas, uma empresa auditada dois anos antes de um fundo comprar. Essa empresa teria condições de sonegar? Não.

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