A Câmara dos Deputados decidiu cancelar o passaporte diplomático de Eduardo Bolsonaro um dia após o parlamentar perder o mandato, medida que complica sua permanência nos Estados Unidos. Sem o documento, o ex-deputado passa a depender de um visto comum para continuar no país, onde está atualmente.
Segundo análise do jornalista Lourival Sant’Anna, ao Agora CNN, Eduardo pode contar com apoio do Centro Adam Smith para a Liberdade Econômica, ligado à Universidade Internacional da Flórida. O centro é dirigido pelo argentino Carlos Díaz-Rosillo e está sob a gestão do governador da Flórida, Ron DeSantis, um dos principais nomes conservadores do Partido Republicano.

“Eduardo Bolsonaro vive no Texas, mas é visto circulando de vez em quando neste centro, então pode acontecer que ele receba algum tipo de vínculo que justificasse a permanência dele nos Estados Unidos”, afirmou Sant’Anna.
Apesar dessa possibilidade, o analista avalia que o contexto político pode dificultar a situação. Eduardo dependeria não apenas da instituição, mas também da decisão do Departamento de Estado americano. Sant’Anna destacou que tentou contato com o órgão para obter informações sobre o status migratório do ex-deputado, mas não teve resposta.
O cenário se torna mais delicado diante da postura do ex-presidente Donald Trump, que, após recuperar a indicação republicana, tem sinalizado interesse em manter boas relações com o governo Lula e com o Brasil.
“Embora Marco Rubio esteja mais alinhado ideologicamente a Eduardo Bolsonaro, ele teve de ceder à visão do presidente Trump”, disse. Sant’Anna lembrou ainda que Eduardo é alvo de processo na Justiça brasileira por coação, relacionado à ofensiva política que conduziu nos Estados Unidos.
