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O novo país que o governo Trump quer “colonizar”

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O presidente Donald Trump e o governador da Louisiana, Jeff Landry. Foto: Divulgação

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nomeou no domingo (21) o governador da Louisiana, Jeff Landry, como enviado especial dos EUA para a Groenlândia. A decisão provocou reação imediata da Dinamarca e reacendeu a tensão diplomática em torno do território ártico, que é autônomo, mas integra o Reino dinamarquês.

Trump defende a ideia há anos de que a Groenlândia deveria se tornar parte dos Estados Unidos, citando razões de segurança nacional e o interesse estratégico nos recursos minerais da ilha. Em publicação na Truth Social, afirmou que ele “entende como a Groenlândia é essencial para nossa segurança nacional” e que atuará para promover os interesses americanos e de seus aliados.

Landry, filiado ao Partido Republicano e governador desde janeiro de 2024, agradeceu publicamente a nomeação. Em postagem na rede X, escreveu: “É uma honra servir (…) nesta posição voluntária para tornar a Groenlândia parte dos EUA. Isso não afeta de forma alguma minha posição como governador da Louisiana!”.

A resposta dinamarquesa veio rapidamente. O ministro das Relações Exteriores, Lars Løkke Rasmussen, afirmou que convocou o embaixador dos EUA em Copenhague, classificando a nomeação como inaceitável. “Estou profundamente incomodado com esta nomeação de um enviado especial. E estou particularmente incomodado com suas declarações, que consideramos totalmente inaceitáveis”, disse a uma emissora local.

Em declaração posterior à Reuters, Rasmussen reforçou que “todos, incluindo os EUA, devem mostrar respeito pela integridade territorial do Reino da Dinamarca”. O primeiro-ministro da Groenlândia, Jens-Frederik Nielsen, também reagiu e afirmou que o futuro da ilha cabe exclusivamente aos seus habitantes.

“Acordamos novamente com um anúncio do presidente dos EUA. Isso pode parecer grande, mas não muda nada para nós. Nós decidimos nosso próprio futuro”, escreveu Nielsen em publicação no Facebook. A União Europeia também se manifestou, defendendo a soberania e a integridade territorial do território.

A parlamentar groenlandesa Aaja Chemnitz afirmou que a nomeação de um enviado especial não seria um problema em si. “O problema é que ele recebeu a tarefa de tornar a Groenlândia parte dos Estados Unidos, e não há desejo disso na Groenlândia”, disse à Reuters, acrescentando que a maioria da população defende seguir um caminho próprio, com autonomia crescente.

A Groenlândia tem cerca de 57 mil habitantes e direito formal de declarar independência desde 2009. Estratégica para o sistema de defesa antimíssil dos EUA e rica em minerais, a ilha voltou ao centro do debate geopolítico com a ofensiva de Trump, que já chegou a afirmar que os Estados Unidos “precisam” do território, declarações que seguem sendo rejeitadas por Copenhague e Nuuk.

Postagem de Donald Trump em sua rede social. Foto: Divulgação



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