Quase um mês após ser atropelada e arrastada pelo ex-parceiro na Marginal Tietê, em São Paulo, Tainara Souza Santos, de 30 anos, irá se submeter a uma nova cirurgia nesta segunda-feira (22/12). De acordo com a mãe da vítima, será realizada uma amputação na coxa para possibilitar a reconstrução dos glúteos.
“De todas as cirurgias, os médicos falaram que essa vai ser a mais desafiadora, delicada e demorada”, afirmou a mãe nas redes sociais. Além disso, Tainara deve passar por uma traqueostomia para retirada do tubo, permanecendo em estado estável.
Após ser arrastada por mais de 1 km, a mulher teve as duas pernas amputadas. O suspeito, Douglas Alves da Silva, de 26 anos, foi detido em um hotel na zona leste de São Paulo na noite de domingo (30/11).
Câmeras de segurança registraram o momento do atropelamento. As imagens mostram Tainara caminhando com outro homem quando é atingida por um carro preto.
A amiga de infância da vítima, Letícia Dias, relatou ao Metrópoles que Tainara perdeu um dos pés no momento em que foi arrastada. “O médico tentou recuperar o [pé] que estava dilacerado, só que não deu. Infelizmente, teve que tirar as duas pernas”, disse. Letícia acrescentou que as amputações ocorreram em alturas diferentes nas pernas da vítima. Ela também mencionou um inchaço cerebral, embora a tomografia não tenha indicado gravidade.
Versão do suspeito
Durante o interrogatório, Douglas afirmou estar “completamente arrependido” e que não conhecia Tainara. Ele relatou que estava em um bar desde a sexta-feira (28/11) e envolveu-se em uma briga para defender o amigo Kauan, após um desentendimento com o companheiro de Tainara.
Segundo Douglas, ele teria sido atingido no rosto com uma garrafa e ameaçado de morte. Ao sair do local, teria avistado Tainara com outro homem, feito uma manobra e “acabado batendo o carro nela”. O suspeito alegou perceber uma falha mecânica e que não tinha percebido que Tainara estava debaixo do veículo. Ele parou em um posto de combustível, momento em que a vítima se soltou do carro, mas fugiu por medo.
Investigação da polícia
A versão do suspeito contrasta com as apurações policiais. Segundo as investigações, Douglas conhecia Tainara e agiu por ciúmes, não aceitando o fim do relacionamento. Kauan tentou convencê-lo a parar o veículo enquanto a mulher era arrastada. O delegado Augusto Bícego afirmou que Tainara só escapou porque o corpo se desprendeu do carro. A irmã da vítima disse que Douglas a perseguia há algum tempo e que nunca tiveram um relacionamento sério.
Após o atropelamento, Douglas teria levado o carro para a casa de um ex-sogro antes de se hospedar em um hotel, onde foi preso no dia seguinte. Durante a prisão, ele reagiu a um policial e acabou baleado no braço.
Quem é Tainara
Descrita como divertida, sorridente e “gente boa”, Tainara é mãe de dois filhos, de 12 e 8 anos, e mora sozinha com eles. Segundo Letícia Dias, Tainara gostava de aproveitar a vida com amigos, família e filhos.
“Tudo que ela puder aproveitar dessa vida, ela aproveita”, disse a amiga. Tainara trabalhava na produção de uma agência de comércio eletrônico e tinha planos pessoais interrompidos pela tragédia. O irmão, Luan, a descreveu como alegre, brincalhona e querida por todos.
Familiares, amigos e advogados afirmam que buscarão Justiça. A defesa, representada por Fabio Costa e Wilson Zaska, publicou que o caso “jamais ficará impune” e que “a Justiça será feita”.
Veja ainda:
Leia também: Brasileiro procurado por tráfico é capturado em Portugal e extraditado para Minas Gerais
