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A arapuca do chorume

by admin

Enquanto não se consegue obstruir a escalada de produção de lixo, condição necessária à mecânica de consumo, é preciso conter o absurdo da concessão de licenças para instalar falsos aterros sanitários.

Estudos de impacto ambiental e critérios técnicos não podem faltar no momento de autorização.

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Vale lembrar uma verdade: não se joga lixo “fora”, pois onde quer que descartem plástico, lata, papelão e material orgânico será “dentro” do planeta.

Na Bahia, são pelo menos quatro espaços sem chance de aprovação – mas em funcionamento, conforme revelado por A TARDE.

Estão nos municípios de Itatim, Cruz das Almas, Serrinha e Muritiba.

Seria o caso de rever seus modos e critérios, os gestores assinantes das ordens de operação, pois escapam à razoabilidade.

O tema da excessiva flexibilização – para dizer o mínimo – já chegou ao gabinete do diretor-presidente da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema), Pedro Maranhão.

Não há como aceitar leniência, inépcia ou beneplácito quando se trata de saúde pública. E mais: é o futuro do mundo ameaçado, cada vez que se age com imaturidade nesta decisiva questão.

Falta o mínimo nas montanhas de resíduos sólidos: não há tratamento adequado.

Proporcional ao tempo de abuso da prática nociva é o adoecimento do solo e do subsolo, podendo alcançar mananciais hídricos, chegando a danos irreversíveis.

Sem drenagem, os lixões produzem seus “sucos” concentrados de elevada ameaça às populações, em forma de caudalosos chorumes.

Nesta época de boas festas, fica mais fácil constatar a arapuca: de um lado, a excessiva gastança e a sua mais insana consequência, transbordando os contêineres, quando há; de outro, locais inapropriados para receber os rejeitos.

O resultado deste contexto só agrada a negacionistas adeptos da necropolítica.

Cabe à cidadania engajada e ao poder público, seguindo os princípios morais de bom convívio, evitar a confortável, porém irresponsável omissão.



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