Em greve desde terça-feira (16), trabalhadores dos Correios reclamam da falta de reajuste salarial e de pessoal na estatal. Na sexta-feira (19), a ministra Kátia Magalhães Arruda, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), determinou que a categoria mantenha 80% do efetivo em atividade durante a paralisação. A liminar foi concedida a pedido da empresa contra os sindicatos que representam os funcionários. Em caso de descumprimento, será aplicada multa diária de R$ 100 mil por sindicato.
Para a ministra, o serviço postal tem caráter essencial e não pode ser paralisado totalmente. Além disso, Arruda destacou que a greve foi deflagrada em meio ao dissídio coletivo que tramita no TST. Os trabalhadores reivindicam um novo acordo coletivo de trabalho, reajuste salarial e soluções para a crise financeira da estatal.
A greve está concentrada em nove estados: Ceará, Paraíba, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os Correios informaram que todas as agências estão abertas e que a empresa adotou medidas de contingência para minimizar os impactos à população.
Forte adesão no RS
Na região Sul do Rio Grande do Sul, a adesão à greve é considerada forte. Em Pelotas, o movimento atinge cerca de 80% dos 95 trabalhadores operacionais. Já em Rio Grande, a paralisação alcança aproximadamente metade dos 50 servidores que integram o efetivo de entregas.
Segundo Emerson Saes, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos do RS (Sintect-RS), o foco da greve está nos Centros de Distribuição Domiciliar (CDD). De acordo com ele, o serviço está concentrado apenas nas demandas consideradas urgentes.
“A prioridade da empresa vai ser o Sedex, mas, mesmo assim, com grandes dificuldades. Cartas, cartas judiciais, telegramas e encomendas menores vão ficar atrasados”, alerta Saes.
A categoria não aceita a proposta de reajuste apresentada pela estatal, que prevê apenas a reposição da inflação e o congelamento do vale-refeição. Conforme Saes, o acordo coletivo deveria ter sido fechado em agosto, mas as negociações em Brasília seguem em impasse. Para ele, o carteiro não é elite. “É o menor salário da sociedade federal. A questão é que tem uma má competência desde outros governos até este mesmo período, que tiraram muita coisa dos Correios”, afirmou.
