Durante sessão na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), nesta terça-feira (4), vereadores da base do prefeito Evandro Leitão (PT) criticaram o tratamento recebido em eventos do Governo do Estado. Segundo os parlamentares, é recorrente a dificuldade de acesso a palanques e áreas reservadas durante solenidades oficiais.
O primeiro a se manifestar foi o vice-líder do Governo na Câmara, Professor Enilson (Cidadania), que relatou o caso do vereador Marcelo Tchela (Avante), supostamente impedido de entrar em cerimônia no Residencial Luiz Gonzaga 2, no bairro Jangurussu, na segunda-feira (3). “Não dá para entender como o Governo do Estado trata esta Casa. Tenho certeza de que o governador Elmano não tem conhecimento do que está acontecendo”, afirmou.
Em nota, o Governo do Ceará negou qualquer restrição e alegou que o episódio se tratou de “uma falha de procedimento de cerimonial”, ocorrida em um evento conjunto entre o Estado, a Prefeitura e o Governo Federal. O comunicado afirmou ainda que a situação está sendo resolvida internamente.
O chefe de gabinete da Prefeitura de Fortaleza, Eudes Bringel (PSD), também se pronunciou, dizendo que “não houve barramento”, apenas um “mal-entendido”. Já vereadores como Aguiar Toba (PRD) e Dr. Vicente (PT) reforçaram as críticas, alegando que episódios semelhantes ocorreram em outras ocasiões.
Tchela afirmou ter sido barrado em três eventos recentes, inclusive em cerimônia com a presença do presidente Lula, no Palácio da Abolição. “Parece até que a gente é do PL”, ironizou. A vereadora Mari Lacerda (PT) sugeriu que o cerimonial da Câmara passe a acompanhar as solenidades oficiais para evitar novos constrangimentos.
O vice-presidente da Câmara, Adail Júnior (PDT), reagiu com ironia: “É por isso que nem vou”. O clima de insatisfação foi compartilhado por outros vereadores, que pediram mais diálogo entre o cerimonial do Governo do Estado e o Legislativo municipal.
