Reuters – Dado Ruvic
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A Enel Distribuição Rio (Ampla Energia e Serviços S.A.) anunciou ao mercado a aprovação de um aumento de capital social de R$ 1,6 bilhão e a emissão de R$ 1,8 bilhão em notas comerciais escriturais.
As operações visam, segundo fato relevante do dia 16 deste mês, “fortalecer a estrutura de capital da companhia e adequar seu perfil de endividamento”. Com o aporte, o capital social da distribuidora passou de R$ 6,95 bilhões para R$ 8,55 bilhões.
O aumento de capital foi formalizado com a emissão de 73.184.395 novas ações ordinárias. Segundo o aviso aos acionistas do dia 24, última quarta-feira, o preço de emissão foi de R$ 21,8 por ação, definido pelo critério de valor patrimonial.
A operação ocorreu por meio da “capitalização de créditos líquidos e certos” detidos pela controladora Enel Brasil S.A., convertendo dívidas existentes em participação societária.
Atualmente, as ações ordinárias da companhia (ticker CBEE3) apresentam cotação de mercado em torno de R$ 9,50. A diferença para o valor de emissão decorre da utilização do critério previsto na Lei das S.A., que balizou o preço das novas ações pelo “valor de patrimônio líquido por ação”, segundo indicam as demonstrações financeiras.
Notas comerciais
Em paralelo, a Enel Rio protocolou, no dia 23, última terça-feira uma oferta pública de notas comerciais no valor de R$ 1,8 bilhão. Segundo o documento, os recursos captados serão destinados ao “pagamento de mútuos contratados pela emitente junto a seus acionistas e empresas do mesmo grupo econômico”.
A emissão é destinada exclusivamente a investidores profissionais, com garantia da Enel Brasil S.A. A liquidação financeira das notas comerciais ocorrerá em 30 de dezembro de 2025.
Segundo a administração, as medidas buscam manter uma “estrutura de capital compatível com a natureza intensiva de capital de suas atividades de distribuição de energia elétrica”, assegurando a continuidade do plano de investimentos na área de concessão.
Contas
Segundo o balanço do terceiro trimestre de 2025, a Enel Rio registrou uma receita líquida de R$ 2,40 bilhões, o que representa uma alta de 6,9% em relação ao mesmo período do ano anterior.
No entanto, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) do trimestre foi de R$ 330,3 milhões, uma queda de 23,3% frente ao terceiro trimestre de 2024, pressionado principalmente pelo aumento nos custos operacionais e encargos.
O resultado final do trimestre apresentou um prejuízo líquido de R$ 108,8 milhões, revertendo a estabilidade do ano anterior.
Já no acumulado dos primeiros nove meses de 2025, a performance mostra uma evolução na receita, mas desafios na última linha do balanço. A receita líquida acumulada atingiu R$ 6,97 bilhões, um crescimento de 10,2% comparado aos nove meses de 2024.
O Ebitda acumulado somou R$ 1,14 bilhão, recuo de 6,9% na comparação anual. No consolidado do ano até setembro, a companhia reportou um prejuízo líquido acumulado de R$ 36,6 milhões, evidenciando a pressão das despesas financeiras antes da reestruturação de capital realizada recentemente.
Contudo, as perdas de energia continuam sendo um desafio crítico para a saúde financeira da concessão fluminense, encerrando o período em 24,32%, um leve aumento de 0,48 pontos percentuais em relação ao ano anterior.
