Home » PGR defende mais prazo para a PF aprofundar investigação sobre suposto esquema de venda de sentenças no STJ 

PGR defende mais prazo para a PF aprofundar investigação sobre suposto esquema de venda de sentenças no STJ 

by admin
PGR defende mais prazo para a PF aprofundar investigação sobre suposto esquema de venda de sentenças no STJ 

A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou a favor da prorrogação das investigações da Polícia Federal sobre um suposto esquema de venda de sentenças no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e a manutenção das medidas cautelares impostas aos investigados, incluindo o afastamento de servidores. A manifestação é assinada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, e foi enviada ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin, relator do caso.

O pedido de prorrogação foi feito ao Supremo pela PF. Na manifestação, Gonet, apesar de reconhecer a complexidade do caso e a robustez dos indícios, cobrou esclarecimentos sobre pontos sem provas concretas, como a entrega de cartões pré-carregados a servidores.

Segundo a PF, esses cartões seriam quitados ou carregados com valores ilícitos e entregues a servidores para uso pessoal, como forma de ocultar a origem do dinheiro e evitar rastros diretos entre pagadores e beneficiários. 

“É recomendável que a Polícia Federal delimite com clareza os pontos da investigação que ainda demandam produção adicional de provas”, escreveu o procurador-geral da República.

Nenhum ministro é investigado, mas a apuração envolve ex-integrantes de gabinetes do STJ. Tribunal afirmou, em ocasiões anteriores, que colabora com as investigações e que não há indícios contra ministros.

O relatório parcial da Polícia Federal, apresentado em outubro, aponta indícios de um “mercado paralelo de influência” envolvendo três núcleos: servidores do STJ, advogados e intermediários, além de empresários do setor agroindustrial. Segundo a PF, contratos milionários de advocacia teriam sido firmados para garantir decisões previamente combinadas, substituindo a atuação técnico-jurídica regular.

Segundo Gonet, a PF não apresentou a íntegra dos dados extraídos de equipamentos eletrônicos apreendidos na investigação, nem detalhou análises sobre operações financeiras e fluxos bancários. Apesar das lacunas, a PGR considera robustos os indícios da investigação. 

“O cenário investigativo apresentado é, evidentemente, complexo, e há pontos que demandam esclarecimentos para viabilizar a escorreita análise dos elementos probatórios”, afirmou. 

Além de se manifestar a favor da concessão de prazo, a PGR também sugeriu a manutenção do afastamento de servidores envolvidos nas apurações. Entre os alvos já afastados do STJ estão Daimler Alberto de Campos, Márcio José Toledo Pinto e Rodrigo Falcão de Oliveira Andrade. A defesa de Daimler Alberto de Campos afirmou em nota que o nome dele foi usado “de forma espúria”. Os outros citados também negam irregularidades.

“O nome de nosso cliente, infelizmente, foi utilizado também de maneira espúria e ilícita. É extremamente importante destacar que a própria sindicância do STJ afastou indícios contra Daimler Campos. Por outro lado, aqueles que tiveram participação identificada nos ilícitos já foram, inclusive, demitidos do STJ”, afirmam os advogados.

Créditos

You may also like