O Ibovespa encerrou em leve alta nesta sexta-feira, após oscilar no campo negativo, em um pregão marcado por liquidez reduzida e volatilidade elevada. Em meio às festas de fim de ano, o índice subiu 0,27%, aos 160.897 pontos, próximo à máxima de 160.913 pontos, enquanto a mínima foi de 159.359 pontos. O volume financeiro do Ibovespa somou apenas R$ 9,8 bilhões, enquanto o giro total da B3 atingiu R$ 14,9 bilhões. Apesar dos riscos políticos, o Ibovespa acumulou alta de 1,53% na semana.
O mercado reagiu negativamente à carta escrita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em apoio à pré-candidatura do filho, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), à Presidência da República, diante das dúvidas sobre se o senador teria capital político suficiente para derrotar o atual governo. Ao longo do dia, porém, a aversão ao risco nos ativos domésticos perdeu força.
No exterior, as bolsas de Nova York também encerraram próximas à estabilidade, em meio à escalada das tensões geopolíticas e à fraqueza do dólar americano. O Nasdaq perdeu 0,09%, o S&P 500 caiu 0,03% e o Dow Jones recuou 0,04%.
O baixo volume financeiro na volta do feriado de Natal ampliou a volatilidade dos ativos. Pela manhã, a ação preferencial do Bradesco recuou mais de 1%, mas encerrou o dia estável (-0.05%), assim como Itaú PN (+0,03%), enquanto as units do BTG Pacual caíram 0,78%. A ação ordinária do Banco do Brasil subiu 0,46%.
Embora o petróleo tenha recuado mais de 2% no mercado internacional, as ações ordinárias e preferenciais da Petrobras terminaram em alta de 0,31% e 0,33%, respectivamente. Já o papel ordinário da Vale avançou 0,30%, em linha com a valorização do minério de ferro no exterior.
Em meio ao enfraquecimento do chamado “trade Tarcísio” — no qual agentes financeiros apostavam no governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como nome da direita para as eleições presidenciais de 2026 —, a carta de Bolsonaro em apoio ao filho mais velho parece afastar cada vez mais essa possibilidade.
Apesar da volatilidade do cenário eleitoral, o sócio-fundador e gestor de renda variável, Fernando Fontoura, acredita que 2026 será positivo para a bolsa brasileira. Para ele, os vetores que impulsionaram o Ibovespa em 2025 devem continuar, como o dólar mais fraco e a preferência por mercados emergentes. Além do exterior, a queda da Selic deve acontecer no primeiro trimestre do ano.
“Seguimos materializando a perspectiva de queda da taxa de juros, agora com mais concretude e maior visibilidade sobre o ritmo de início do ciclo”, afirma Fontoura. “O tema eleitoral vai se desenvolver ao longo do ano e certamente trará ruído, mas mantemos uma visão positiva, enviesada para um cenário de alternância de poder, que, para o mercado, é o mais favorável”, acrescenta.
Entre as maiores altas do pregão, Braskem PNA subiu 4,25%, em movimento de recuperação após as perdas da sessão anterior. O fundo IG4 submeteu o acordo para assumir o controle da petroquímica ao Cade, segundo informou a Petrobras. Na sequência, CPFL Energia avançou 3,38% e Havpvida ON ganhou 2,83%. Na ponta negativa, GPA ON recuou 4,26%.
