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“Selic a 15% mantém economia sob forte restrição”

by admin
“Selic a 15% mantém economia sob forte restrição”

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Em nota, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) disse que a decisão a taxa Selic permanece em um dos níveis reais mais altos do mundo , enquanto diversos indicadores apontam estagnação: a produção industrial segue cerca de 15% abaixo do pico registrado em 2011.

“A manutenção de juros excessivamente elevados tem imposto custos significativos à economia brasileira, sobretudo à indústria, que depende de crédito acessível para investir, inovar, empregar e sustentar a competitividade do país. Sem financiamento adequado, o consumo segue contido, o nível de emprego perde vigor e a produtividade fica comprometida”.

Já a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), também em nota, afirmou que o “prolongamento da taxa básica de juros em patamar elevado ameaça frear investimentos na construção, comprometendo novos lançamentos imobiliários e a geração de empregos”.

– A construção é um dos setores mais sensíveis ao custo do crédito e à confiança do consumidor. Uma Selic de 15% por um ciclo longo traz desafios, porque o setor depende de financiamento de longo prazo, e esse custo torna muitos projetos inviáveis – explica o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia, lembrando que no final de outubro, a CBIC revisou de 2,3% para 1,3% a projeção de crescimento do setor em 2025.

Também em nota, a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) avalia que a decisão “prolonga um cenário de custos financeiros elevados que impactam diretamente a sociedade, o crescimento sustentável do mercado imobiliário e o acesso da população à moradia”.

“Os juros elevados afastam milhares de famílias do sonho da casa própria e comprometem a viabilidade de novos empreendimentos. Estudo da ABRAINC aponta que, nos últimos cinco anos, o aumento das taxas retirou cerca de 800 mil famílias do mercado de crédito para aquisição de imóveis de R$ 500 mil, o que representa uma redução de 50% no público elegível. Cada ponto percentual de aumento nas taxas elimina, em média, 160 mil famílias do financiamento.

Para Flávio Roscoe, presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), a manutenção da taxa Selic em 15% ao ano mantém o ambiente econômico brasileiro sob forte restrição, com efeitos negativos sobre a indústria. O custo do crédito elevado afeta diretamente a capacidade das empresas de manter suas operações e planejar novos investimentos.

“Com a Selic elevada por mais tempo, as empresas terão mais dificuldade para financiar capital de giro e investir em novos projetos”, alerta Flávio Roscoe, presidente da entidade.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, afirmou que a continuidade da política monetária excessivamente contracionista é prejudicial ao país.

“A Selic tem freado a economia muito além do necessário, uma vez que a inflação está em clara trajetória de queda. A taxa de juros atual traz custos desnecessários, ameaçando o mercado de trabalho e, por consequência, o bem-estar da população. Além disso, o Brasil segue com a segunda maior taxa de juros real do mundo, penalizando duramente o setor produtivo”, critica, em nota.

Alban cita uma pesquisa inédita da CNI mostra que 80% das empresas industriais apontam a taxa de juros elevada como a principal dificuldade para a tomada de crédito de curto prazo. No caso de acesso a financiamento de longo prazo, 71% dos empresários apontam a Selic como principal barreira.

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