RIO PRETO (SP) — Dos 160 sistema isolados (Sisol) da rede de energia elétrica no Brasil, pelo menos 30 terão déficit de potência até 2030, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
O dado é do Planejamento do Atendimento aos Sistemas Isolados – Ciclo 2025 (.pdf), publicado na terça-feira (30/12).
Os sistemas que têm previsão de déficit estão distribuídos em 24 localidades sob concessão da Amazonas Energia, duas da Equatorial Pará e quatro da Roraima Energia.
A análise desses dados serve para a identificação de necessidade de futura expansão ou substituição da oferta de energia elétrica e realização de leilões de sistemas isolados.
Posteriormente, o Ministério de Minas e Energia (MME) define as diretrizes para eventuais certames.
Ao todo, os 160 sistemas isolados estão distribuídos em seis estados do Norte (Rondônia, Roraima, Acre, Amazonas, Amapá e Pará) e Pernambuco, sendo o último o Arquipélago de Fernando de Noronha.
O número total de sistemas isolados caiu este ano e está 8,6% menor do que em 2024, quando eram 175 localidades.
A redução reflete sobretudo a interligação de Boa Vista (RR) ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
A capital de Roraima era a última do país sem ligação ao SIN e foi conectada através da linha de transmissão Manaus-Boa Vista, em setembro.
No ciclo de 2025 da projeção da EPE para os sistemas isolas, há uma redução de 56% da demanda de potência do Sisol — que representa 0,32% da carga do SIN, como reflexo da interligação das cidades de Boa Vista (RR) e Cruzeiro do Sul (AC) ao SIN, além de 13 localidades que também foram interligadas no período.
A cidade de Cruzeiro do Sul foi interligada em dezembro de 2024 através da linha de transmissão de Rio Branco (AC).
Menor demanda
As interligações em Roraima e no Acre influenciaram também uma projeção de queda da demanda de potência entre 2026 e 2027. Entre 2027 e 2030, no entanto, a demanda deve voltar a crescer entre 1,5% e 2,5%.
Entre 2026 e 2030, a previsão é de interligação de 16 sistemas isolados ao SIN, sendo 11 em localidades sob concessão da Equatorial Pará, duas da Amazonas Energia, duas da Vibra Energia e uma da Roraima Energia.
Na comparação com o estudo anterior da EPE, algumas localidades deixaram de ter previsão de interligação ao SIN, tanto por questões orçamentárias das distribuidoras quanto por dificuldades de implantação.
