O forte calor que assola parte do país e não deixou o Rio de Janeiro segue forte também na despedida de 2025. A Marinha do Brasil já tinha alertado sobre o período de ressaca — vigente até as 6h de quinta-feira, dia 1º de janeiro — com ondas de até 2,5 metros. Com praias lotadas de moradores e turistas no litoral do estado, a Defesa Civil emitiu um alerta, enviando-o para celulares, sobre os riscos neste período. Na Zona Sul do Rio da capital, o principal cartão-postal do réveillon, bombeiros fazem buscas por um adolescente que desapareceu no mar na manhã desta quarta.
O alerta do órgão surpreendeu a muitos, com direito a aviso com som para chamar a atenção da população. A mensagem destaca que, em caso de emergências, o socorro deve ser acionado, tanto sinalizando a um salva-vidas no local como pelo número 193, onde são feitos os registros de ocorrências. Não é indicado que se tente fazer o socorro de vítimas de afogamento.
Defesa Civil do Rio de Janeiro envia alerta sobre ressaca no litoral em 31 de dezembro de 2025 — Foto: Reprodução
A mensagem enviada pelo órgão dizia:
“Defesa Civil:ERJ: Litoral/RJ Alerta de Ressaca Condições desfavoráveis do mar. EVITE o banho principalmente a noite Emergência procure um guarda vidas 193”
O sistema de som instalado no palco na areia, na altura do Copacabana Palace para a festa desta noite, também está emitindo avisos sobre os riscos do banho de mar.
O aviso de ressaca emitido pela Marinha do Brasil é válido para a faixa de litoral do Rio até Arraial do Cabo, na Região dos Lagos. Ainda assim, banhistas em outros trechos do estado devem ficar atentos Às condições do mar.
Na Praia de Copacabana, Zona Sul do Rio, que se prepara para a maior festa de réveillon, um adolescente de 14 anos desapareceu no mar. Ele estava na altura do posto 2. O Corpo de Bombeiros foi acionado às 11h20, e faz buscas desde então. Equipes do 3º Grupamento Marítimo (3º GMar – Copacabana) foram mobilizadas para o atendimento.
Há ainda reforço de viaturas, com apoio do Grupamento de Operações Aéreas (GOA), do 1º GMar (Botafogo), com a embarcação, além de equipes de mergulho.
Bombeiros fazem buscas no mar de Copacabana por adolescente que desapareceu na manhã desta quarta-feira (31) — Foto: Marcia Foletto / Agência O Globo
O forte calor dos últimos dias e o período de férias tem levado centenas de pessoas às praias do estado. O número de ocorrência de afogamento aumenta nesta época do ano. É fundamental observar a sinalização, através de bandeiras e respeitá-las.
Durante as buscas pelo adolescente, os bombeiros resgataram outras duas pessoas que foram arrastadas pelo mar, segundo o g1. É preciso ficar atento ao avanço do mar e evitar a proximidade da água em períodos de ressaca.
Refresco perto, mas longe do mar
O mar agitado pela ressaca está deixando apreensivas as pessoas que resolveram chegar cedo em Copacabana para aproveitar a festa da virada. Várias bandeiras vermelhas espalhadas pela orla avisam do alto risco de afogamento, inibindo o mergulho.
O sistema de som do palco principal, instalado na altura do Copacabana Palace, está emitindo alertas de risco, além de recomendar busca de ajuda dos guarda-vidas, em caso de necessidade. Equipes dos bombeiros estão a postos desde cedo.
Sem a possibilidade de mergulho, o jeito é se divertir na areia. Um chuveiro instalado perto das torres de som está fazendo sucesso, com filas para se refrescar.
— Não tem outro jeito. O perigo de o mar levar e grande. A opção é partir para o duchão — disse o serralheiro Sirlei Fonseca, de 36 anos, enquanto esperava sua vez na fila.
A mineira Jaquelina Inácio da Silva, de 29, ficou frustrada porque não conseguiu entrar no mar. Ela contou que veio conhecer e curtir o réveillon. Sem chance de se banhar, disse que voltará amanhã antes de voltar para Conselheiro Lafaiete, onde mora.
— Minha mãe Iemanjá não quis (que desse o mergulho). Fazer o quê? Tem de respeitar — disse.
O alerta de ressaca segue até amanhã, com aumentos de energia das ondas, que estão mais fortes e altas. No caso das crianças, a atenção é reforçada com o conselho de usar pulserinhas de identificação, com nome e telefone do responsável.
Cuidados na hora da virada
À noite, quando o público estiver lotando as areias das praias para acompanhar a virada, a previsão é que o mar esteja com ondas fortes, o que piora as condições de banho. Por isso, o tenente-coronel Fabio Contreiras alerta que pode ser necessário adiar o ritual de dar sete pulinhos na virada e sugere distância de onde as ondas quebram.
— A fé é muito importante, faz parte de um processo muito importante. Mas temos que pensar na nossa vida primeiro e lembrar que a natureza é implacável. A orientação é dar os pulinhos longe da arrebentação, e o mais longe possível da água. O mar estará com muita energia (força), com corrente muito forte. A energia no mar não é somente a onda alta e pode derrubar e arrastar uma pessoa idosa ou criança, por exemplo — explica o oficial dos Bombeiros.
