Muito tem se falado sobre a COP, que acontecerá no Brasil daqui a pouco mais de um mês. Mas… o que é este evento e qual sua importância?
O que é a COP?
Segundo Claudio Angelo, do Observatório do Clima, a COP — sigla para Conference of the Parties (Conferência das Partes) — é um encontro global entre governos para avançar na implementação de tratados da ONU. As mais conhecidas são as COPs do clima, ou Conferências das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizadas anualmente desde 1995 (com exceção de 2020, devido à pandemia). Atualmente, reúnem representantes de 197 países, além da União Europeia.
Essas conferências têm como objetivo principal implementar a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), um acordo internacional firmado em 1992, durante a Eco-92 no Rio de Janeiro. O pacto visa evitar a “interferência perigosa” das atividades humanas no sistema climático global.
Fortalecendo a presença do Pantanal no cenário global
O SOS Pantanal iniciou sua participação nas COPs em 2023, durante a COP28, realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Foi a primeira vez que o bioma teve representação oficial no evento.
Na ocasião, participamos do painel “Early Warning Systems”, promovido pela Organização Meteorológica Mundial (WMO), onde apresentamos o Sistema Aracuã, voltado ao monitoramento de focos de incêndio. Também estivemos em um painel sobre políticas públicas para os biomas brasileiros, ao lado da SOS Mata Atlântica.
Em 2024, durante a COP29 em Baku, no Azerbaijão, mediamos um painel oficial no pavilhão do Brasil sobre Manejo Integrado do Fogo nos biomas brasileiros e participamos de uma discussão sobre lideranças climáticas.
A presença do Pantanal nesses espaços reforça a urgência de ações locais com impacto global — e o SOS Pantanal tem se destacado nesse papel.
Nosso diretor de comunicação e engajamento, Gustavo Figueirôa, mediando a mesa sobre MIF, na COP29, no Azerbaijão – Foto: APEX Brasil
Por que participar da COP?
A participação nas COPs é uma estratégia essencial de Advocacy, um dos pilares da atuação do SOS Pantanal. A cada edição, temos ampliado nossa presença e influência nas discussões internacionais sobre clima.
Em 2025, a COP30 será sediada em Belém (PA), o que representa uma oportunidade única para o Brasil — e seus biomas — ganharem destaque no cenário global. É o momento ideal para posicionar o Pantanal como um ator-chave no enfrentamento às mudanças climáticas.
O Pantanal precisa estar no centro do debate
Apesar de ocuparem apenas 6% da superfície terrestre, as áreas úmidas armazenam mais carbono do que todas as florestas do mundo juntas e são fundamentais para mitigar eventos extremos como enchentes, secas e inundações.
O Pantanal é a maior área úmida tropical continental do planeta — um título que, por si só, já justifica sua importância. Em julho deste ano, a Convenção de Ramsar sobre Zonas Úmidas divulgou um relatório alarmante: sem ações urgentes, até 20% das zonas úmidas restantes no mundo podem desaparecer até 2050.
Diante desse cenário, o SOS Pantanal reforça seu apelo: as áreas úmidas precisam ser incluídas nas políticas climáticas dos países signatários.
Em setembro, em parceria com a Environmental Justice Foundation (EJF), assinamos uma carta aberta pedindo a inclusão das áreas úmidas nas estratégias globais de enfrentamento à crise climática.
O Pantanal tem potencial para ser a principal voz global em defesa das áreas úmidas.
Nosso trabalho já começou na Pré-COP
Eventos preparatórios para a COP30 já estão em andamento no Brasil. No dia 30 de setembro, o Pantanal foi tema de debate em Campo Grande (MS), durante o evento “Clima e Biodiversidade: o papel dos estados e municípios na COP30”.
Na ocasião, nosso diretor-executivo, Leonardo Gomes, juntamente com Luciana Leite, da EJF, entregaram a carta “Um apelo aos líderes globais do clima: Protejam as áreas úmidas na COP30 e além” ao governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, e à CEO da COP30, Ana Toni.
Entrega da carta às autoridades – Foto: SOS Pantanal
Texto por Isabella Baroni
