O IPCA de outubro, que será divulgado nesta terça-feira pelo IBGE, deve mostrar alta moderada, com alívio vindo da energia elétrica e dos combustíveis, mas pressões do lado dos serviços e alimentos, segundo economistas. De acordo com o Boletim Focus, o índice deve subir 0,10% no mês. Se se confirmar, o acumulado de 12 meses ficará em 4,70% em 12 meses, ante 5,17% em setembro.
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Na avaliação da 4intelligence, a inflação deve perder força em outubro com a normalização do efeito do bônus nas contas de luz e a mudança para a bandeira vermelha patamar 1. Também pesa o impacto da redução de 4,9% no preço da gasolina nas refinarias, anunciada pela Petrobras no fim de outubro. A consultoria projeta menor queda dos alimentos — tanto in natura quanto industrializados — e avanço dos serviços, especialmente com passagens aéreas, gastos com moradia e serviços pessoais
Para Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo, o fim da deflação dos alimentos deve exercer pressão sobre o índice, assim como o aumento das passagens aéreas e dos serviços de entretenimento. Ele projeta alta de 0,20% no IPCA de outubro.
Nos serviços, Costa destaca que o núcleo deve subir 0,31% no mês, puxado por aluguéis, condomínios e alimentação fora de casa. Apesar da pressão, o grupo deve desacelerar no acumulado de 12 meses, passando de 6,7% para 6,2%.
Nesta terça-feira, o Copom também divulga sua ata sobre a decisão da semana passada, em que manteve os juros em 15%. O texto deve explicitar melhor o que o colegiado pretende fazer nos próximos meses.
Para Roberto Padovani, economista-chefe do BV, a leitura do comunicado divulgado na quarta-feira passada é de uma autoridade monetária ainda bastante dura, não apenas por manter a Selic no nível mais alto em 20 anos, mas também por não sinalizar mudanças de estratégia nos próximos meses.
– Isso é compatível com um cenário em que o BC só começaria a cortar juros em março do ano que vem.
